A Comissão Europeia informou esta segunda-feira, 4 de Maio, que as negociações com a Grécia, retomadas hoje, têm sido "construtivas", ainda que haja muito trabalho para ser feito.

"O simples facto de as discussões estarem em andamento, de forma intensiva e em profundidade, com todos os actores necessários presentes é, em si, algo construtivo", afirmou o porta-voz da Comissão Europeia, Margaritis Schinas, em declarações aos jornalistas, em Bruxelas.

Segundo o responsável, o Grupo de Bruxelas, que representa os credores institucionais da Grécia, esteve em conversações durante todo o fim-de-semana, estando de novo reunido esta segunda-feira. "As conversações foram construtivas, mas ainda há muito trabalho para ser feito", sublinhou.

"Esperamos muito sinceramente que este espírito construtivo e a intensidade das discussões conduzam à convergência", acrescentou Schinas, lembrando que a próxima oportunidade para avaliar a evolução das negociações é a reunião do Eurogrupo agendada para 11 de Maio. No entanto, frisou, "tudo o que acontecer antes disso será muito bem-vindo".

Em declarações aos jornalistas, o porta-voz da Comissão Europeia informou ainda que o presidente deste organismo, Jean-Claude Juncker, irá reunir-se esta segunda-feira com o antigo primeiro-ministro grego, Antonis Samaras, para um almoço de trabalho.

O progresso nas negociações entre Atenas e os credores foi sublinhado também pelo porta-voz do Governo grego, Gabriel Sakellaridis, que garantiu não haver divergências entre o primeiro-ministro Alexis Tsipras e o ministro das Finanças, Yanis Varoufakis. Aos jornalistas em Atenas, Sakellaridis garantiu ainda que Varoufakis irá representar o seu país na próxima reunião dos ministros das Finanças da Zona Euro.

Isto depois de Atenas ter decidido remodelar a equipa de negociadores com os credores europeus e do Fundo Monetário Internacional (FMI), entregando a coordenação a Euclides Tsakalotos, ministro-adjunto dos Negócios Estrangeiros.

Atenas enfrenta problemas de liquidez devido a um impasse nas negociações com os credores (Comissão Europeia, Banco Central Europeu e Fundo Monetário Internacional) que tem atrasado o pagamento de uma parcela de 7,2 mil milhões de euros do empréstimo concedido ao país em 2012.

Este financiamento é considerado vital para a Grécia cumprir as suas obrigações financeiras.