O Conselho do Banco Central Europeu (BCE) autorizou mais um aumento de 2 mil milhões de euros na Assistência de Liquidez de Emergência (ELA, na sigla inglesa) à Grécia, tendo elevado o limite máximo dos fundos a ceder à banca para 78,9 mil milhões de euros, avança a Bloomberg citando fontes não identificadas.

Isto depois de, na semana passada, a autoridade monetária ter dado luz verde a um aumento de 1,4 mil milhões de euros.

A incerteza sobre o futuro da Grécia na Zona Euro e o impasse nas negociações entre Atenas e os credores têm provocado enormes fugas de depósitos, deixando os bancos dependentes destas injecções de dinheiro de emergência que estão sujeitas a avaliações semanais por parte da autoridade monetária.

No entanto, desde que deixou de aceitar a dívida soberana grega como colateral nos empréstimos aos bancos do euro, o BCE já teve, por várias vezes, que elevar este montante da ELA para os bancos gregos, que enfrentam cada vez mais dificuldades de financiamento.

Este tipo de assistência é concedido pelo banco central nacional, que aceita colateral de pior qualidade como a dívida grega (já excluída pelo BCE), ficando também com o risco. No entanto, dados os montantes envolvidos, carece de aprovação em Frankfurt. A ELA só pode ser concedida de forma temporária e a bancos solventes.

Tendo perdido o acesso aos mercados, o Estado grego está a ficar sem dinheiro, e obrigado a cumprir com os desembolsos respeitantes ao resgate financeiro de 240 mil milhões de euros. Ainda esta quarta-feira, Atenas pagou 200 milhões de euros ao Fundo Monetário Internacional (FMI).

As negociações entre a Grécia e os credores prolongam-se, com ambas as partes a procurarem um acordo antes da reunião do Eurogrupo marcada para a próxima segunda-feira, 11 de Maio.

O primeiro-ministro grego, Alexis Tsipras, e o presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, mantiveram, hoje, uma conversa telefónica para discutir o andamento das negociações. Num comunicado conjunto de Tsipras e Juncker é referido que entre os temas abordados estiveram o sistema de pensões e o mercado de trabalho, num sinal de possível aproximação entre as partes, já que Atenas se mostrava intransigente em negociar nestas áreas.