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Lagarde alerta para “consequências” de uma reestruturação da dívida grega

A líder do Fundo Monetário Internacional, em entrevista ao Irish Times, defende que pode haver consequências caso a Grécia proceda a uma reestruturação da dívida após as eleições de 25 de Janeiro. “Incumprimento, reestruturação e alteração dos termos têm consequências para o signatário e para a confiança no signatário”, afirmou Lagarde.

19 de Janeiro de 2015 às 09:19
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Em entrevista ao jornal Irish Times, a directora geral do Fundo Monetário Internacional (FMI), Christine Lagarde defende que uma reestruturação da dívida grega tem "consequências". Face à hipótese de uma conferência europeia para debater a dívida grega, Lagarde aponta, nesta entrevista, que "abordagens colectivas são sempre boas ao nível europeu".

 

Ainda assim, "como princípio, esforços colectivos são bem-vindos mas, ao mesmo tempo, uma dívida é uma dívida e é um contrato". "Incumprimento, reestruturação, alteração dos termos tem consequências para o signatário e para a confiança no signatário", acrescentou.

 

A ideia de uma conferência europeia para debater um alívio do fardo da dívida da Grécia está presente no manifesto eleitoral do Syriza, partido grego de esquerda, que está bem colocado nas sondagens relativas à eleições legislativas do próximo domingo, 25 de Janeiro. A proposta grega terá sido bem acolhida em Dublin, na Irlanda.

 

O ministro das Finanças irlandês, Michael Noonan, de acordo com a imprensa local, terá expressado, no passado dia 14, um amplo apoio à perspectiva de realização desta conferência após as eleições na Grécia. Fontes do Governo irlandês, citadas pelo Irish Times, apontam que esta conferência poderia abordar não apenas a dívida da Grécia, mas também de países como Portugal, Irlanda e Espanha.

 

A Grécia foi o primeiro país da Zona Euro a ser resgatado. Em 2010, recebeu o primeiro pacote ajuda e, cerca de dois anos depois, recebeu o segundo. Assim, no total a Grécia recebeu cerca de 240 mil milhões de euros da troika internacional. A Grécia ainda não terminou o programa de ajustamento. No entanto, quer Portugal quer a Irlanda, já o fizeram e com uma saída "limpa", ou seja, sem apoio das instâncias internacionais.

 

Em relação ao programa de compra de dívida pública por parte do Banco Central Europeu – que se reúne na próxima quinta-feira, 22 de Janeiro – Lagarde aponta: "certamente esperamos que o BCE continue a apoiar a recuperação na Europa". "É necessário. Não pode ser o único a fazê-lo mas tem de fazer o que tem de fazer", acrescentou.

 

 

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