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Georges Papandreu quer referendo sobre futuro da Grécia
O ex-primeiro-ministro socialista da Grécia e actual líder do Movimento para a Mudança, Georges Papandreu, apelou à realização de um referendo sobre o futuro do país e a relação de Atenas com os credores.
"Estou convencido de que qualquer solução, quaisquer negociações com os credores sobre a dívida e sobre os próximos passos da Grécia e da União Europeia (UE) devem ser aprovadas pelo povo grego", disse Papandreou este domingo, numa acção de campanha para as legislativas no país, que decorrem no próximo dia 25 de Janeiro.
O resultado de um eventual referendo consistiria, diz Papandreu, no "principal argumento de negociação" do futuro governo helénico na relação com credores e UE.
O antigo chefe de Governo acusou a Nova Democracia, encabeçada pelo actual primeiro-ministro, Antonis Samarás, de aplicar "draconianas medidas de austeridade" que poderiam ter sido evitadas se tivessem sido aplicadas as "reformas estruturais necessárias".
Papandreu criticou também o partido de esquerda Syriza, que encabeça as sondagens, por ignorar que a crise no país advém das medidas aplicadas pelo executivo conservador de Kostas Karamanlis entre 2004 e 2009.
Papandreu anunciou no começo do ano a sua nova formação política através da rede social Facebook.
A dissidência entre os socialistas gregos surge num momento crítico para o PASOK, o partido que dominou a vida política no país durante mais de trinta anos mas que agora luta pela sobrevivência parlamentar.
Papandreu, apontado como eterno rival do actual líder do PASOK, Evangelos Venizelos, acusava os socialistas que fazem parte da actual coligação governamental de terem abandonado as reformas empreendidas pelo último governo que liderou, entre 2009 e 2011, durante os primeiros anos da crise económica e financeira que atingiu a Grécia.
Na primeira mensagem difundida pelo Facebook como líder do movimento, cujo símbolo é a tradicional rosa utilizada pelos socialistas, Papandreu diz que a nova formação política pretende captar "as forças que acreditam e que já demonstraram que, com reformas realmente democráticas, a Grécia pode sair finalmente da crise".
Papandreu diz que pretende diferenciar-se de todos os restantes movimentos e partidos de centro esquerda mas, sobretudo, do Syriza que acusa de clientelismo e de estar dominado por "forças antieuropeias".
As eleições antecipadas na Grécia foram marcadas para o próximo dia 25, na sequência da derrota parlamentar do partido do chefe do Executivo, que não conseguiu vencer nenhuma das três votações para a eleição do nome proposto pela Nova Democracia para o cargo de Presidente da República.