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O dia seguinte: Demissão de Renzi congelada até ao Orçamento

Depois do referendo que deu a vitória ao não e a demissão do primeiro-ministro Matteo Renzi, o dia seguinte vai ser de reacções. Desde logo dos mercados. Os juros sobem e o euro desce.

Reuters
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Renzi vai hoje apresentar demissão

Depois da vitória do não, Renzi já disse que se demitia. E vai entregar essa demissão hoje à tarde. 

Matteo Renzi vai reunir-se com os membros do Governo por volta das 14:30, hora de Lisboa. Uma hora e meia depois será a vez de ser recebido pelo presidente da República, Sergio Mattarella.

Contagem concluída: Não ganha com 59,11%
Os números finais já estão apurados. Com a contagem concluída, a vitória do não é expressiva: 59,11%. Num total de 19,4 milhões de votos contra a reforma pretendida por Matteo Renzi. O sim reuniu 40,89% dos votos, ou 13,4 milhões de votos.

A afluência às urnas foi de 65,47% dos eleitores.

Se considerados os votos em Itália, o não ganhou com 59,95%, contra 40,05% do sim, enquanto no exterior o sim ganhou com 64,7%. 







Ministro das Finanças não vai ao Eurogrupo
O ministro da Economia, pasta que tem o pelouro das Finanças, Pier Carlo Padoan cancelou a viagem a Bruxelas, onde deveria encontrar-se com os parceiros das Finanças da Zona Euro na reunião do Eurogrupo. 

Os ministros da Zona Euro têm encontro marcado para esta segunda-feira em Bruxelas.
Membro do BCE avisa: Itália não é o Reino Unido
O referendo de Itália à reforma constitucional não é comparável ao referendo pela permanência da União Europeia realizado no Reino Unido, comentou o governador do banco central francês e com assento no conselho do BCE.

François Villeroy de Galhau, citado pela Reuters, declarou, num seminário no Japão, que, no entanto, as consequências do referendo italiano têm de analisadas.

"O referendo em Itália será considerado como outra fonte de incerteza", disse Valleroy, que deixou avisos ao Reino Unido de que o acesso ao mercado não será fácil no âmbito das negociações para o divórcio com a União Europeia.

Falando dos dois casos, o governador do banco central francês deixou o argumento que, no entanto, os dois referendos não podem ser comparáveis. "Os italianos foram chamados às urnas para votarem um assunto constitucional interno, e não a permanência de Itália como membro da União Europeia".

Apesar de afastar relação entre os dois referendos, o euro caiu para o mínimo de dois anos depois do referendo italiano e da demissão de Renzi. 

Enquanto isso Villeroy, segundo conta a Reuters, expressava confiança na resistência da Zona Euro, falando no progresso da regulação bancária, na melhoria das perspectivas económicas e na melhoria do mercado laboral. 

O BCE tem o seu encontro agendado para esta semana, devendo a 8 de Dezembro decidir se estende o programa de compra de activos que terminaria em Março.
Moscovici confiante na força de Itália
Itália tem instituições políticas sólidas e uma economia forte. É a convicção do comissário europeu Pierre Moscovici, em declarações à France 2.

"É um país sólido com autoridades sólidas e tenho completa confiança que Itália consegue gerir esta situação", declarou, citado pela Reuters.

"Há alguma instabilidade política, mas o país é extremamente estável e é também uma grande economia".

Também afastou a sugestão de que o referendo italiano seria um voto contra a União Europeia: "Nada a ver", assumiu. "Tem a ver com mudanças constitucionais domésticas que não passaram".
Juros sobem na periferia
Os juros dos países periféricos estão a subir no mercado secundário, uma evolução que tem lugar após o referendo em Itália. No escrutínio o "não" venceu, o que levou à demissão do primeiro-ministro e abriu a porta a um clima de instabilidade política.
Bolsas abrem em queda
A bolsa de Lisboa abriu em queda, tal como a generalidade das praças europeias, após o referendo em itália.

O PSI-20 abriu 0,29% para 4.379,37 pontos, com nove cotadas em queda, quatro em alta e cinco inalteradas. 

O principal índice italiano arrancou a sessão a cair 1,8%. 

O francês CAC 40 perde 0,44% e o principal índice holandês recua 0,38%.


Em Lisboa, destaque para as acções do BCP, Galp e Nos.



Hollande elogia Renzi

O presidente francês, François Hollande, diz respeitar a decisão de Matteo Renzi de se demitir. Numa das primeiras reacções de um líder mundial ao referendo em Itália, Hollande elogiou a coragem e o dinamismo de Renzi.

Hollande, que na semana passada declarou que não se irá recandidatar à presidência francesa, assumiu que partilha com Renzi o objectivo de conduzir a Europeia ao crescimento e ao emprego.


Numa declaração escrita disse ainda esperar que Itália possa recuperar a situação actual. 


Movimento do Brexit aplaude resultado em Itália
Um dos movimentos britânicos de apoio à saída do Reino Unido da União Europeia, o Leave.EU, fundador pelo financiador do Ukip, Aaron Banks, emitiu uma mensagem no Twitter, congratulando os italianos pelo resultado no referendo. E declarando esperar que seja o início da saída de Itália da Zona Euro.

O Leave.EU não foi o movimento oficial da campanha pelo Brexit, mas esteve activo nos argumentos para essa saída.


Schäuble: Itália deve manter o rumo de Renzi e investidores não devem ficar preocupados
Schäuble: Itália deve manter o rumo de Renzi e investidores não devem ficar preocupados

O ministro das Finanças alemão, Wolfgang Schäuble, afirmou esta segunda-feira que Itália deve prosseguir com as reformas económicas iniciadas por Matteo Renzi, apesar da demissão do primeiro-ministro.

À entrada da reunião dos ministros das Finanças da Zona Euro (Eurogrupo), Schäuble revelou que falou com o seu homólogo italiano, Pier Carlo Padoan, dando conta que o mais importante é que Itália tenha um governo que funcione.

O ministro alemão afirmou ainda que os investidores devem ficar "relaxados" com a vitória do não no referendo, uma vez que este é um assunto doméstico e não será o gatilho para uma nova crise na Zona Euro.

Moscovici: Não haverá crise na Zona Euro

A Itália conseguirá lidar com a demissão de Matteo Renzi e a Zona Euro tem capacidade para gerir todos os tipos de crises políticas. A conclusão é do comissário europeu Pierre Moscovici, que à entrada da reunião do Eurogrupo manifestou "confiança na capacidade de Itália em lidar com a actual situação".

"Estou confiante que não haverá uma crise. Temos as ferramentas para resistir a qualquer tipo de choques políticos na Europa", afirmou o comissário francês, quando questionado se a vitória do "não" pode abrir uma crise mais abrangente na Zona Euro.

S&P: Referendo não tem impacto no “rating” de Itália

A vitória do "não" no referendo às alterações constitucionais em Itália não tem qualquer impacto imediato na notação financeira da dívida do país. A conclusão é da Standard & Poor’s (S&P), que tem o "rating" de Itália em "BBB-" (último nível do grau de investimento), com "outlook" estável.

"Do ponto de vista da estabilidade política, acreditamos que as reformas propostas teriam potencialmente benefícios positivos. Contudo, o resultado negativo do referendo não tem um impacto imediato no perfil de crédito de Itália, uma vez que não tem implicações imediatas nas políticas económicas e orçamentais" do país, refere a nota da S&P, citada pelo Financial Times. 

A S&P salienta que apesar de as alterações à constituição terem ficado pelo caminho, a actual estrutura do parlamento não impediu que o actual governo implementasse diversas reformas estruturais nas áreas de educação, emprego e sector financeiro.

Presidente do Eurogrupo diz que referendo não muda situação dos bancos

O presidente do Eurogrupo afirmou hoje em Bruxelas que o resultado do referendo de domingo em Itália, que precipitou a demissão do primeiro-ministro Matteo Renzi, não altera a situação económica do país, das principais economias da zona euro.

"Claro que cabe agora ao presidente italiano tomar decisões sobre o processo democrático, pois é disso mesmo que se trata, um processo democrático, que não altera a situação económica em Itália ou nos bancos italianos. Os problemas que temos hoje são os mesmos que tínhamos ontem", apontou Jeroen Dijsselbloem, à entrada para uma reunião de ministros das Finanças da zona euro, na qual já não participa o ministro italiano, Pier Carlo Padoan, em função da demissão do Governo de Renzi.

O presidente do Eurogrupo insistiu que "o resultado do referendo de ontem (domingo) é uma decisão política sobre uma reforma em particular, uma reforma constitucional", que não altera o quadro económico actual do país, e observou que a prova disso mesmo é que "até agora os mercados reagiram de forma bastante tranquila".

"A Itália é uma economia forte, das maiores da zona euro, é um país com instituições fortes e vai haver um Governo, aconteça o que acontecer, que terá de lidar com a situação económica do país e com os bancos que têm problemas", tal como já sucedia antes, concluiu.

Marcelo: Povo italiano "não disse: 'queremos sair do Euro queremos sair da Europa'"
Marcelo: Povo italiano 'não disse: 'queremos sair do Euro queremos sair da Europa''

O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, disse hoje estar convicto de que Itália "reafirme a vontade" de continuar a ser um "grande país europeu", apesar da vitória do 'não' no referendo à reforma constitucional.

Marcelo Rebelo de Sousa vincou hoje a sua "esperança" e "convicção" de que nas eleições "a existir no ano que vem se reafirme a vontade da Itália continuar um grande país europeu, um país fundador da Europa, um país muito forte na Europa".

O povo italiano foi questionado sobre "mudar ou não o sistema político" do seu país e disse "soberanamente" que não quer mudar. "Não disse: 'queremos sair do Euro, queremos sair da Europa'", frisou.

JPMorgan: Itália será afectada por perda de confiança

O JPMorgan acredita que a economia italiana será rapidamente afectada por uma perda de confiança, que provavelmente se vai estender até ao primeiro semestre de 2017.

 

Numa nota de análise citada pela Bloomberg, o economista do JPMorgan Marco Protopapa defende que "é provável" que a falta de clareza perdure por algumas semanas. Na sua opinião, a incerteza pode afectar os mercados financeiros e perturbar a conclusão bem-sucedida dos planos de recapitalização dos bancos.

 

De acordo com o JPMorgan, que acredita que o novo governo será apoiado pelos partidos ao centro, o crescimento económico também será negativamente afectado. 

Chanceler Merkel lamenta demissão de Renzi
A chanceler alemã, Angela Merkel, "toma nota e lamenta" a demissão do primeiro-ministro italiano, Matteo Renzi, após a derrota no referendo constitucional de domingo, afirmou o porta-voz da chefe do governo germânico.

Falando à imprensa em Berlim, Steffen Seibert disse que Merkel "trabalhou muito bem e com confiança" com o homólogo italiano, "mas que o curso da decisão democrática dos cidadãos italianos tem de ser respeitado".

O porta-voz referiu ainda que, no passado, a chanceler alemã apoiou o esforço para fazer reformas de Matteo Renzi e está disposta a trabalhar estreitamente com o próximo governo de Itália.
Bruxelas: Referendo italiano não foi sobre União Europeia
A Comissão Europeia desvalorizou o desfecho do referendo de domingo em Itália, que precipitou a demissão do primeiro-ministro Matteo Renzi, sublinhando que a consulta era sobre uma questão interna e "não sobre a Europa".

Na conferência de imprensa diária do executivo comunitário, o porta-voz da Comissão, Margaritis Schinas, questionado sobre se a derrota da extrema-direita nas eleições presidenciais austríacas poderia ser entendido como um voto "pró-UE" e a vitória do "não" no referendo italiano poderia ser entendido como um voto "anti-UE", sustentou que só no caso da Áustria estava de certa forma em jogo a relação com a Europa.

"Achamos que o referendo (em Itália) era sobre uma mudança na Constituição italiana, não sobre a Europa. A eleição presidencial na Áustria era sobre eleger um novo Presidente da República na Áustria, mas devo também dizer que a Europa esteve no centro de muitos dos debates durante a campanha eleitoral, designadamente os laços do país com a Europa, e acho que o resultado responde claramente à forma como os austríacos querem ver o país relacionado com a Europa", declarou.

Já quanto a Itália, disse que a Comissão acredita "que as forças políticas italianas e instituições darão respostas políticas convincentes" à atual situação, e defendeu que "a busca de reformas deve prosseguir".
PS defende que Itália deve manter-se no projecto europeu após demissão de Renzi

O Partido Socialista português considerou hoje que Itália deve manter-se empenhada no projecto de construção europeia, após a demissão do primeiro-ministro italiano, Matteo Renzi, na sequência no referendo constitucional de domingo.

"O Partido Socialista sublinha a importância de a Itália, país fundador da União Europeia, continuar a dar o seu contributo activo para o projecto de construção europeia", refere uma nota do PS enviada à agência Lusa.

Na mesma nota, o PS exprime ainda o desejo de que a Itália "mantenha o seu empenho na promoção de uma Europa mais forte e solidária".

O apuramento oficial dos votos no referendo celebrado no domingo em Itália confirmou hoje a vitória do 'não' à reforma constitucional proposta pelo primeiro-ministro, Matteo Renzi, com 59,95% dos boletins depositados nas urnas.

Responsável do BCE admite que Itália terá que resgatar bancos

Ewald Nowotny, governador do Banco Nacional da Áustria e membro do Conselho de Governadores do Banco Central Europeu, admitiu esta segunda-feira que a Itália poderá ser forçada a injectar dinheiro público no seu sistema financeiro.

Em declarações aos jornalistas, citadas pela Reuters, Nowotny lembrou que Itália tem uma situação diferente de vários outros estados membros da Zona Euro. "A diferença entre Itália e outros países, como a Alemanha e a Áustria, é que, até agora, em Itália não houve qualquer ajuda estatal significativa ou compra de participações em bancos" por parte de entidades públicas, afirmou Nowotny.

Tendo em conta esta situação, "não pode ser descartado que seja necessário para o Estado [italiano] assumir participações em bancos" privados, acrescentou Nowotny.

António Costa pede a Matteo Renzi que mantenha "participação activa" no projecto europeu  

O primeiro-ministro de Portugal disse hoje desejar que a "decisão lúcida e muito corajosa" tomada no domingo pelo chefe do executivo italiano "não comprometa a participação activa" de Matteo Renzi no projecto europeu.

 

O primeiro-ministro português, citado pela Lusa, espera que aquele país "rapidamente reencontre estabilidade política e tenha condições para continuar a ser um dos grandes motores do projecto europeu como tem sido desde a sua fundação".

 

A Matteo Renzi, o primeiro-ministro português desejou "sucesso nas suas próximas iniciativas" e que mantenha a participação activa no projecto europeu, "porque tem muito a dar, é uma força de energia, de criatividade, de combatividade que fará muita falta à Europa se se retirar do Conselho Europeu".

Renzi publica vídeo sobre "mil dias" de governo
"Mil dias difíceis mas belos", foram as palavras escolhidas por Matteo Renzi para descrever os cerca de dois anos e meio passado à frente do Governo italiano. Num vídeo partilhado no Facebook, Renzi aponta os principais feitos alcançados enquanto foi primeiro-ministro.

Dijsselbloem admite ser impossível Itália comprometer-se com medidas extraordinárias
O presidente do Eurogrupo escreveu na rede social Twitter que já conversou ao telefone com o ministro italiano das Finanças, Pier Carlo Padoan. Jeroen Dijsselbloem admite que tendo em conta a actual "situação política" será "impossível" a Itália assumir medidas excepcionais de contenção orçamental.

Nesse sentido, Dijsselbloem revelou que o Eurogrupo (que esteve reunido esta manhã) considera que tendo em conta o panorama político italiano não há neste momento condições para exigir medidas adicionais. Na carta enviada, no final de Outubro, pela Comissão Europeia ao Executivo chefiado por Renzi, Bruxelas alertava Roma para a "distância substancial face aos esforços" decorrentes do pacto orçamental.
Mattarella pede "compromissos" aos agentes políticos
O presidente da República italiano esteve reunido na manhã desta segunda-feira com o ainda primeiro-ministro, Matteo Renzi, para uma breve conversa de carácter informal. Depois do encontro, Sergio Mattarella pediu, numa nota citada pela imprensa italiana, aos diversos agentes políticos do país que assumam "compromissos" por forma a que sejam encontradas "respostas à altura dos problemas do momento".

Mattarella e Renzi reúnem-se às 16:00 de Lisboa no Palácio do Quirinale para a apresentação do pedido de demissão do primeiro-ministro.


Direcção do PD reúne-se na quarta-feira
A comunicação social avança que a direcção do PD (partido ainda liderado por Renzi) vai reunir-se na próxima quarta-feira, a partir das 15:00 em Roma (mais uma hora do que em Lisboa). O PD irá discutir as consequências do resultado registado no referendo constitucional deste domingo.  

Na última noite chegou a ser dito que a direcção do partido deveria reunir-se já na terça-feira, contudo o encontro só se realizará depois de amanhã. Renzi anunciou ainda ontem a sua demissão, contudo não revelou se pretende continuar à frente dos destinos do PD. 
Cristas admite que tudo "influência naquilo que é a construção europeia"
A presidente do CDS garante que respeita a decisão dos italianos que no domingo rejeitaram a proposta de alterações à Constituição. No entanto, Assunção Cristas reconhece que "tudo o que acontece na Europa tem influência naquilo que é a construção europeia".

Líder do CDS respeita referendo em Itália, mas alerta que tudo influencia construção da UE (C/ÁUDIO)



Merkel "triste" com resultado do referendo
Depois das declarações do seu porta-voz, agora foi a própria chanceler germânica a falar sobre o referendo constitucional italiano para dizer estar "triste" pelo facto de o resultado não ter sido o desejado por Matteo Renzi, um político com quem Angela Merkel mantinha uma relação de "profunda confiança".

"Sempre apoiei as suas políticas mas é claro que se trata de uma decisão doméstica [italiana] que temos de respeitar", disse Angela Merkel aos jornalistas presentes na cidade de Essen onde decorre um congresso da CDU. Citada pela Reuters, Merkel acrescentou que Berlim manterá uma "cooperação próxima" com o futuro Governo italiano. 

Também o ministro alemão dos Negócios Estrangeiros, Frank-Walter Steinmeier, fez questão de frisar que esta é "uma crise governamental, não uma crise do Estado". Mas apesar de considerar que não se trata da morte do mundo ocidental, Steinmeier reconhece que o resultado do referendo e consequente demissão de Renzi "não é um contributo positivo em plena situação de crise na Europa". 
Grillo quer eleições com Italicum também para o Senado
A principal figura do Movimento 5 Estrelas, o comediante Beppe Grillo, continua fechado na sua casa, em Génova. Contudo, Grillo tem estado bastante activo no seu blogue pessoal.

Depois de ainda na última madrugada o 5 Estrelas ter repetido o pedido de eleições antecipadas e anunciado que pretende ir a eleições com a nova lei eleitoral (Italicum), Grillo escreveu esta tarde no Twitter que pretende que o Senado também seja eleito através do Italicum. 

"Agora temos duas leis eleitorais entre a Câmara [dos Deputados] e o Senado que são muito diferentes. Na Câmara é o Italicum. A nossa solução é aplicar a mesma lei no Senado segundo uma base regional", afirmou Grillo no seu blogue.

Em vigor desde Julho, o Italicum pressupõe a atribuição de um prémio de maioria ao partido mais representado na Câmara dos Deputados (câmara baixa). Contudo, a lei espera ainda pronunciamento do Tribunal Constitucional e o Governo Renzi já havia anunciado a intenção de alterar o Italicum para lhe conferir um maior perfil de proporcionalidade. O 5 Estrelas surge junto do PD na frente das sondagens e acredita que perante novas eleições será a força mais beneficiada do Italicum. 

Renzi ainda não está reunido com Mattarella
Inicialmente previsto para as 16:00 em Lisboa, o encontro entre Matteo Renzi e Sergio Mattarella ainda não começou. Nesta altura Renzi continua reunido com a sua equipa governamental em sede de Conselho de Ministros extraordinário. 

Só depois irá até ao Palácio do Quirinal para apresentar oficialmente o seu pedido de demissão ao chefe de Estado transalpino. 
Renzi já chegou ao Quirinal
Já terminou o Conselho de Ministros extraordinário em que Matteo Renzi comunicou as suas intenções à até aqui equipa governamental por si chefiada. Entretanto, Renzi já chegou ao Palácio do Quirinal (residência oficial da presidência) onde irá apresentar formalmente a sua demissão ao chefe de Estado, Sergio Mattarella. 

Casa Branca espera para ver impacto do referendo
Em comunicado, a Casa Branca regista o resultado do referendo constitucional italiano mas nota que o impacto do mesmo para a Europa ainda está por conhecer. A Casa Branca reiterou ainda o compromisso norte-americano em manter relações estáveis e de proximidade com Itália, seja qual for o futuro Governo do país. 
Obama acreditava que reformas de Renzi teriam apoio popular
JoshEarnest, porta-voz da Casa Branca para a imprensa, revelou que o ainda presidente dos EUA,BarackObama, acreditava que as reformas propostas porMatteoRenzi, designadamente a reforma constitucional, iriam merecer o apoio dos eleitores italianos.Obama ainda recentemente recebeuRenzi em Itália, oportunidade aproveitada pelo líder norte-americano para se juntar ao primeiro-ministro italiano na luta contra a austeridade. 
Fillon fala em impacto do referendo na Zona Euro
François Fillon, candidato da direita moderada às presidenciais francesas de 2017, afirmou, citado pela Bloomberg, que o resultado registado no referendo italiano poderá ter um impacto para a Zona Euro. Fillon é conhecido pelas suas posições eurocépticas. 
Renzi já abandonou palácio presidencial
Matteo Renzi esteve reunido com o presidente da República durante pouco mais de 10-15 minutos. Entretanto Renzi já saiu do Palácio do Quirinal, tendo saído do edifício presidencial por uma porta lateral, assim evitando passar pelos jornalistas. 
Demissão de Renzi congelada até aprovação do Orçamento
Enquanto ainda se aguarda pela nota da presidência da República, a imprensa italiana avança que afinal Matteo Renzi não formalizou a sua demissão junto do presidente Sergio Mattarella. O La Repubblica afiança que a demissão de Renzi fica congelada até que o Orçamento do Estado para 2017 seja aprovada. Na próxima sexta-feira a câmara alta do Parlamento irá votar o plano orçamental do Executivo Renzi. 


Fitch diz que referendo aumenta "incerteza" mas não implica revisão do "rating"
A agência de notação norte-americana Fitch já se pronunciou sobre o resultado do referendo italiano. Para a Fitch a vitória do "não" e consequente indefinição política eleva o grau de "incerteza" em relação ao futuro de Itália, embora tal não implique, no imediato, uma revisão do "rating" atribuído ao país. 
Mattarella pediu a Renzi para aguardar até o Orçamento estar aprovado
A demissão de Renzi está congelada até à próxima sexta-feira, dia em que o Senado vai votar o plano orçamental do Governo italiano para o próximo ano. No comunicado presidencial assinado por Sergio Mattarella, o presidente explica ter pedido a Renzi para "adiar" a sua demissão até que o Orçamento do Estado para 2017 esteja aprovado. 

Mattarella confirma que Renzi lhe transmitiu não dispôr das condições necessárias para prosseguir o seu mandato à frente do Governo, acrescentando que pediu para o ainda primeiro-ministro esperar para evitar os "riscos" decorrentes de deixar Itália a ser gerida por planos orçamentais com carácter provisório. 


Casa Branca pede para não se "simplificar" resultado do referendo

A Casa Branca pediu para não se "simplificar excessivamente" o resultado do referendo em Itália ao relacioná-lo com o Brexit ou a vitória de Donald Trump nos Estados Unidos. Apesar disso, a Casa Branca reconheceu que a Itália vai tomar "importantes decisões políticas" a curto prazo.

 

O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, tinha expressado abertamente o seu apoio à reforma constitucional proposta pelo primeiro-ministro italiano, Matteo Renzi, recusada, domingo, em referendo. "Quando o primeiro-ministro Renzi esteve aqui em Outubro, o Presidente Obama disse ter esperança que o povo italiano concordaria com a reforma. Não foi o caso", disse o porta-voz da Casa Branca, Josh Earnest, em conferência de imprensa, citado pela Lusa.

 

Mas, continuou, "aconselharia a que não fossem feitas generalizações sobre as possíveis consequências do resultado", referindo-se a alguns analistas que o relacionaram o resultado do referendo no Reino Unido para a saída da União Europeia e a vitória de Donald Trump nas eleições presidenciais. "Podem ser feitas análises sobre o que o resultado do referendo significa, mas há o risco de se simplificar excessivamente essa análise", disse.

Bersani aproveita derrota de Renzi para o criticar
Pier Luigi bersani, ex-líder do PD, escreveu no Facebook que depois da derrota de Renzi "agora nenhum Governo ousará impugnar a Constituição para se afirmar, devidindo o país". 

Colega de partido de Renzi, Bersani foi uma das figuras do PD que mais se destacou pelas posições contra as alterações constituicionais promovidas pelo Governo italiano. Bersani diz que agora é tempo de encetar esforços para garantir a "estabilidade" do país.
Berlusconi favorável a novo Governo do PD
Numa nota citada pela imprensa italiana, Silvio Berlusconi (líder do Força Itália) mostra-se esperançado na possibilidade de "o PD dar vida a um novo Governo". Para o ex-primeiro-ministro esta é a melhor solução, até porque é a que melhor garante a "aprovação do Orçamento" para 2017 e a "aprovação de uma nova lei eleitoral" que garanta a "correspondência entre a maioria parlamentar e a maioria expressa pelos eleitores".

Ou seja, Berlusconi defende a aprovação de uma nova lei eleitoral baseada no método proporcional que substitua o actual Italicum (em vigor desde Julho), que atribui um prémio de maioria ao partido mais votado para a Câmara dos Deputados do Parlamento. Esta posição de Berlusconi, que ao contrário do Movimento 5 Estrelas e da Liga do Norte não reagiu na noite de domingo (estes partidos pediram eleições antecipadas o quanto antes), é a esperada uma vez que tendo em conta o Italicum e a quebra nas sondagens do Força Itália, este partido arriscava a irrelevância eleitoral em hipotéticas eleições antecipadas.

Ainda assim, Berlusconi diz confiar no presidente Sergio Mattarella e na sua capacidade para permitir aos italianos votar dentro de não muito tempo para eleger "finalmente, depois de três governos não eleitos, o Governo a que querem entregar o leme do país". O mesmo é dizer que Berlusconi só quer eleições depois de revogado o Italicum, uma lei eleitoral que favorece a constituição de maiorias de um só partido na câmara baixa do Parlamento. 
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O Negócios termina aqui o acompanhamento do dia seguinte ao referendo constitucional que ditou a demissão anunciada, mas para já ainda "congelada", do primeiro-ministro italiano, Matteo Renzi.

O Negócios vai dar-lhe conta, ao minuto, das reacções ao referendo em itália. As reacções dos mercados, mas não só.

Acompanhe o que se vai passando.
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