Notícia
Renzi: "A experiência do meu Governo termina aqui"
Matteo Renzi acabou de anunciar que vai apresentar a sua demissão já esta segunda-feira. Itália fica em suspenso à espera de saber o que irá acontecer no país. Também a Europa fica na expectativa.
Em declarações feitas no Palácio Chigi, Matteo Renzi especificou que comunicará a sua decisão já esta segunda-feira num Conselho de Ministros extraordinário, a que se seguirá a apresentação da demissão junto do presidente da República, Sergio Mattarella.
Il discorso di @matteorenzi #RaiReferendum #Referendum #ReferendumCostituzionale #Renzi la versione integrale --> https://t.co/6TriS46UuV pic.twitter.com/9pBQ6o8xe5
— Rainews (@RaiNews) 5 de dezembro de 2016
No entanto e já analisando o óbvio, Matteo Renzi reafirmou que "tentámos dar uma oportunidade de mudança" a Itália "mas não conseguimos convencer a maioria dos nossos cidadãos". Renzi fez questão de assumir ónus da derrota num referendo do qual, ainda em 2015, fez depender a sua continuidade à frente do Executivo transalpino.
"Há raiva, desilusão, tristeza", reconheceu Renzi lamentando o fracasso nesta tentativa de "combater o populismo, simplificar o sistema e reduzir os custos da política". "Acredito na Itália e por isso queria mudá-la", atirou.
Contudo Renzi não se ficou por aquilo que é costume serem as tradicionais declarações de derrota. Lembrando as vitórias do seu Governo - exemplificando com o "défice que cai, as exportações que crescem e a economia que não crescia e agora avança mais de 1% - o líder do PD criticou o facto de que o actual sistema político (bicameralismo perfeito) "há tanto tempo criticado por todos" se mantenha inalterado por questões de luta partidária.
Abre-se agora um período de indefinição em Itália. "Seja quem for o meu sucessor quero saudá-lo com amizade", ironizou Renzi que diz ser agora "tempo de eu me colocar a caminho, nesta era da pós-verdade". Ainda assim, Renzi afiançou - sem precisar se ainda com ele como primeiro-ministro demissionário - que o actual Governo irá ainda aprovar o Orçamento do próximo ano e garantir o apoio necessário às regiões afectadas pelos terramotos.