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Monte Paschi reúne-se com consultores após vitória do "não"

A vitória do "não" no referendo de Itália deverá colocar novos entraves ao plano de recapitalização que o Monte dei Paschi tem de fazer até ao final do ano. O banco já convocou uma reunião com os consultores do JPMorgan e do Mediobanca, revela o Financial Times. O resgate pode ser o próximo passo.

O Monte dei Paschi, o banco mais antigo do mundo, também tem sentido a pressão devido à exposição a activos de risco. O banco procura novos investidores e parceiros para vender carteiras de crédito de menor qualidade de forma a aliviar o fardo que estes representam para o seu balanço. As acções descem 52,68% em 2016.
Bloomberg
05 de Dezembro de 2016 às 01:49
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O Monte dei Paschi, o único que chumbou no exame, tinha em mãos um plano difícil: aumentar o seu capital em cinco mil milhões de euros até ao final do ano. O resultado do referendo à alteração da Constituição de Itália deverá trazer mais dificuldades, isto devido à incerteza política gerada.

 

O banco já convocou os consultores do JPMorgan e do Mediabanca para uma reunião na segunda-feira, 5 de Dezembro, de manhã. O objectivo é decidir se se avança ou não com o plano de recapitalização de cinco mil milhões de euros, revela o Financial Times, que cita fontes próximas do processo.

 

Os bancos que estão a gerir a operação de recapitalização deverão decidir se mantêm a intenção de prosseguir com o que estava a ser elaborado ou se deixam cair a operação devido às condições de mercado adversas.

 

Uma fonte de mercado revela que se estas instituições decidirem abandonar o plano de recapitalização, o Governo deverá avançar com um resgate financeiro.

 

A instituição financeira prevê levantar cerca de mil milhões de euros junto dos actuais obrigacionistas através de um acordo para trocar dívida por capital. O valor é parte dos 5.000 milhões de euros que a instituição tem de encaixar para garantir a sua sobrevivência. De acordo com o plano de recapitalização, dado a conhecer no dia 15 de Novembro, e citado pela Reuters, o Monte dei Paschi oferece em média um prémio de entre 23% e 37% sobre preços de mercado. Os analistas do BNP Paribas vêem o valor de mil milhões como "realista", acreditando que o valor arrecadado, previsivelmente no próximo mês, pode chegar a 1.500 milhões.


Contudo, o resultado das eleições em Itália, que deram a vitória ao "não", poderá ditar um desfecho diferente, já que as leituras que estão a ser feitas são de que, no pior cenário, um "não" poderá levar a uma saída de Itália da Zona Euro. E neste contexto de incerteza, emitir dívida no mercado ou angariar investidores será uma tarefa mais complicada.

 

Na sexta-feira foi noticiado que o Governo de Matteo Renzi estava a negociar as condições de um eventual resgate do Monte dei Paschi com Bruxelas. O plano de resgate já terá sido apresentado e, caso seja necessário, poderá ser accionado na próxima semana, avançou Corriere della Sera, citado pela Reuters. A Comissão Europeia terá demonstrado alguma abertura para limitar as perdas dos accionistas e dos detentores de dívida subordinada.

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