Na próxima semana vai haver nova reunião dos ministros das Finanças da Zona Euro. E Yanis Varoufakis promete levar um total de seis propostas de reformas que serão tornadas públicas nos próximos dias.

"Eu vou com seis propostas de reformas para podermos discutir quais podem ser implementadas imediatamente", disse o ministro em entrevista à estação grega Star TV, citado pelo Kathimerini.

As propostas deverão passar por um aumento dos impostos sobre o tabaco e as bebidas alcoólicas, a reforma das taxas do IVA ou uma nova contribuição especial, conforme avança o jornal grego Efymerida ton Syntakton, segundo a Efe.

O Governo grego já tinha apresentado ao Eurogrupo uma lista de reformas. Contudo, as medidas contidas nesta lista eram genéricas e careciam de detalhe.

A promessa de reformas acontece depois do presidente do Eurogrupo ter apelado a Atenas para começar a aplicar as medidas o mais rapidamente possível. Jeroen Dijsselbloem garantiu que, se Atenas começar a introduzir medidas imediatamente, o Eurogrupo poderá desembolsar 7,2 mil milhões de euros já este mês.

Durante o mês de Março, Atenas vai ter de reembolsar o Fundo Monetário Internacional (FMI) em 1,5 mil milhões de euros. O ministro garantiu na entrevista que este valor vai ser pago a tempo e horas e que existe dinheiro suficiente nos cofres gregos para os próximos meses.

"Estamos confiantes que os reembolsos vão ser feitos no total, em particular ao FMI, e vai existir liquidez suficiente para nos levar até ao final do período de quatro meses", disse o responsável pelas contas públicas helénicas.

Yanis Varoufakis reuniu-se ontem com o seu gabinete e outros membros do Governo grego para encontrar formas de financiamento para os próximos tempos.

"O Governo grego tem estado a explorar soluções para assegurar que não vai haver problemas para pagar o empréstimo do FMI ou as suas obrigações de financiamento em Março", disse o porta-voz Gavriil Sakellaridis.

Esta quarta-feira o Governo vai ao mercado tentar arrecadar 1,4 mil milhões de euros em dívida a seis meses e vai também procurar refinanciar dívida de curto prazo que está a expirar.

Segundo contas da Oxford Economics, citadas pelo The Wall Street Journal, Atenas poderá ter ainda dois mil milhões de euros nos cofres que sobraram do ano passado. Outros dois mil milhões poderão estar ainda em vários fundos governamentais, tal como o da Segurança Social. A juntar a estes quatro mil milhões, mil milhões poderão ser arrecadados se Atenas atrasar os pagamentos a fornecedores para um total de cinco mil milhões de euros.

Na segunda-feira, foi revelado que os parceiros europeus estão a preparar um terceiro programa de empréstimos para a Grécia, para quando o actual programa terminar, em Junho.

A saída da Zona Euro continua a ser tema tabu para Atenas. "Deixar a Zona Euro seria a pior coisa que nos poderia acontecer", garantiu Yanis Varoufakis.