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Passos Coelho: "O facto de sermos exigentes com a Grécia não pode ser considerada uma tentativa de derrubar governos"

Alexis Tsipras acusou Lisboa e Madrid de tentarem levar Atenas para o "abismo", mas Passos Coelho rejeita acusações e garante que Portugal "cooperou de uma forma muito construtiva" para que fosse alcançado um acordo para a Grécia.

Miguel Baltazar/Negócios
02 de Março de 2015 às 14:36
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O primeiro-ministro português respondeu ao seu homólogo grego. Às acusações de Alexis Tsipras de que Lisboa e Madrid tentaram levar Atenas para o "abismo" no Eurogrupo, Passos Coelho respondeu com um "dever de exigência" para com um parceiro europeu.

 

"O facto de sermos exigentes quanto à necessidade do Governo grego manifestar de forma muito clara a sua vontade de cumprir com as responsabilidades que foram contraídas pela Grécia no passado é um dever de exigência natural", disse, esta segunda-feira, 2 de Março.

 

Alexis Tsipras acusou no fim-de-semana Lisboa e Madrid de formarem um "eixo contra Atenas" que tentou "derrubar o governo do Syriza" e fazer fracassar as negociações com o Eurogrupo sobre a dívida grega.

 

Passos Coelho sublinhou que outros governos europeus também foram exigentes e que isto "não pode ser considerado a nenhum título como uma tentativa de derrubar governos ou de conspirar contra governos ou qualquer coisa dessa natureza".

 

"O facto de termos tido essa postura exigente deve-se apenas à necessidade de termos no seio da União Europeia uma grande clareza quanto ao respeito que devemos ter quanto às obrigações que contraímos nomeadamente quando pedimos dinheiro emprestrado ou pedimos ajuda externa", explicou.

 

Sobre as declarações de Alexis Tsipras, Passos diz que não vai "entrar em nenhum ping-pong com o primeiro-ministro grego". E garantiu que Portugal "cooperou de uma forma muito construtiva juntamente com todos os outros governos europeus da Zona Euro para que fosse possível chegar a um entendimento" para a Grécia.

 

Foi no domingo que Portugal manifestou a sua perplexidade pelas declarações de Alexis Tsipras através de meios diplomáticos junto do gabinete do presidente do Conselho Europeu, Donald Tusk, e do gabinete do presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker. Espanha manifestou a sua perplexidade em conjunto com o Governo português, mas a iniciativa partiu de Lisboa, disse ontem o Executivo espanhol.

 

Por a matéria ser de "interesse comum, da União Europeia", Passos Coelho disse esta segunda-feira que lhe pareceu ser indicado que através dos "canais diplomáticos adequados" que o "Governo português pudesse mostrar a sua perplexidade pelas declarações" do primeiro-ministro grego.

 

Bruxelas confirmou hoje que recebeu a queixa de Portugal e Espanha, com a Comissão Europeia a apontar que o importante agora é que a "Grécia implemente as reformas com que se comprometeu de forma rápida e com determinação".

 

Foi no final do Eurogrupo de 20 de Fevereiro que Yanis Varoufakis revelou o mal estar existente entre os governos de Portugal, Espanha e Grécia, depois de Lisboa e Madrid terem dado conta da sua oposição a vários pontos da extensão do empréstimo a Atenas, conforme relatou a imprensa grega e britânica. O ministro das Finanças grego disse que as "boas maneiras", mas também as relações diplomáticas impediam-no de dizer a "verdade" sobre o ocorrido durante o Eurogrupo.

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