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Espanha avisa Grécia que sem reformas não há dinheiro

"Temos estado a perder tempo e as comunicações do lado grego não foram brilhantes. Eles não fizeram muitos amigos", apontou o ministro das Finanças espanhol. Ao mesmo tempo, Angela Merkel veio avisar que não vão sair soluções do encontro de hoje.

Bloomberg
23 de Março de 2015 às 13:08
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Sem reformas não há dinheiro. Esta é a mensagem do Governo espanhol para o Governo de Alexis Tsipra antes de o primeiro-ministro grego se reunir com Angela Merkel em Berlim.

 

"Vamos ver se a lista de reformas é suficientemente abrangente ou não. Mas não vai haver nenhum pagamento antes de haver um teste real que as reformas foram implementadas ou aprovadas. Esta é a abordagem", disse o ministro das Finanças espanhol em entrevista ao Financial Times publicada no domingo, 22 de Março.

 

Luis de Guindos - que tem sido apontado como possível sucessor do holandês Jeroen Djisselbloem na liderança do Eurogrupo - criticou a inacção por parte de Atenas. "Temos estado a perder tempo e as comunicações do lado grego não foram brilhantes. Eles não fizeram muitos amigos".

 

Nesse sentido, diz que "não existem sinais de divisões, de todo. E isso apesar do facto dos gregos terem tentado explorar potenciais divergências. Mas essas divergências não existem".

 

Aconselhou a Grécia a avançar com um "programa real de privatizações" e abster-se de tomar "medidas unilaterais" como as medidas para

Abandonar o euro seria um fracasso para a Grécia ou para qualquer outro Estado-membro. Como também seria um fracasso igual ou ainda maior não cumprir as regras.
 
Luis de Guindos
Ministro das Finanças de Espanha

combater a pobreza aprovadas no parlamento na semana passada.

 

Recentemente, Luis de Guindos veio a público, por duas vezes, dizer que a Grécia precisava de um terceiro resgate. E, por duas vezes, acabou por ser desmentido tanto pelo Governo alemão como pela Comissão Europeia.

 

A Espanha tem sido, precisamente, um dos países do euro a adoptar publicamente uma postura mais rígida com a Grécia. Isto mesmo foi apontado pelo presidente da Comissão Europeia no início de Março. "Nas últimas semanas, Espanha e Portugal foram muito exigentes em relação à Grécia", disse Jean-Claude Juncker no início de Março.

 

Agora, Madrid volta a exigir que a Grécia cumpra as regras e estabelece "duas linhas vermelhas" para Atenas. "A primeira é que ninguém pode sair do euro e a segunda é que ninguém pode infringir as normas. Abandonar o euro seria um fracasso para a Grécia ou para qualquer outro Estado-membro. Como também seria um fracasso igual ou ainda maior não cumprir as regras".

 

Merkel: Ninguém deve esperar soluções do encontro com Tsipras

 

Ainda antes dos dois líderes se reunirem, a chanceler alemã veio esvaziar o encontro com Alexis Tsipras. O porta-voz de Angela Merkel, Steffen Seibert, disse hoje que qualquer acordo com a Grécia deverá partir do Eurogrupo e não da Alemanha.

 

Todavia, reconheceu que "claro que é interessante que a chanceler oiça da boca do primeiro-ministro grego quais são as suas ideias".

 

Paralelamente, o porta-voz confirmou que a chanceler recebeu a carta do líder, mas rejeitou fazer mais comentários sobre o seu conteúdo.

 

O Financial Times noticiou que Alexis Tsipras enviou uma carta a Angela Merkel onde evidencia os problemas de liquidez da Grécia, que tornam "impossível" o cumprimento do pagamento da sua dívida, se Atenas não receber ajuda financeira dos parceiros europeus no curto prazo.

 

Sobre esta carta, o Governo grego diz que "não é uma ameaça, é uma realidade", afirmou hoje o porta-voz do Executivo. "É uma carta que diz mais ou menos o que nós temos vindo a dizer desde a semana passada, que existe um problema de liquidez e que são necessárias iniciativas políticas", disse Gabriel Sakellaridis citado pela Reuters.

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