Outros sites Medialivre
Notícias em Destaque
Notícia

Dijsselbloem: "Não há acordo à vista" com a Grécia

O presidente do Eurogrupo revelou que, tal como era esperado, a reunião desta quinta-feira não permitiu chegar a um acordo com a Grécia. Dijsselbloem disse que "a bola está do lado grego", aguardando-se agora por novas propostas da parte de Atenas. Pela primeira vez, o Eurogrupo admite todos os cenários para a Grécia.

A carregar o vídeo ...
18 de Junho de 2015 às 18:46
  • 15
  • ...

Ainda não há acordo entre a Grécia e as instituições credoras. A confirmação disso mesmo foi feita pelo líder do Eurogrupo, Jeroen Dijsselbloem, no final do encontro dos ministros das Finanças do euro que decorreu esta quinta-feira, 18 de Junho, no Luxemburgo. O político holandês revelou que "não há acordo à vista" com a Grécia.

Depois de notar que a reunião desta tarde serviu para "tomar o pulso à situação em relação ao programa grego", Dijsselbloem reconheceu que houve "poucos progressos [nas conversações] entre as instituições e a Grécia" e reiterou que as bases de negociação estabelecidas em Fevereiro último permanecem as mesmas.

 

Como tal, Jeroen Dijsselbloem garantiu que agora "a bola está do lado grego para aproveitar esta última oportunidade" e que os credores ficarão a aguardar que Atenas apresente propostas alternativas que permitam ultrapassar o impasse nas negociações. O responsável europeu adiantou que foram dados sinais às autoridades gregas que é a estas que cabe apresentar novas propostas credíveis nos próximos dias, pelo que "ainda é possível chegar a um acordo e prolongar o programa para lá do fim deste mês". 

Todavia, "há muito pouco tempo de sobra", alertou Dijsselbloem antes de reiterar o compromisso em assegurar a permanência da Grécia no seio da Zona Euro. Ainda assim, apesar desta garantia, o líder da moeda única assegurou que "ainda é possível um acordo mas claro que 
estamos preparados para outras eventualidades". 

 

Nos últimos dias, o primeiro-ministro grego, Alexis Tsipras, garantia que as autoridades helénicas não fariam novas concessões para lá daquelas que constavam da proposta apresentada pela Grécia no domingo passado e que foi imediatamente rejeitada pelos credores.

 

O líder do Eurogrupo sublinhou que a flexibilidade demonstrada pelas instituições credoras em Fevereiro, no que concerne às metas orçamentais e à substituição de medidas face ao antigo programa, se mantém. Porém, Dijsselbloem lamenta que apesar "desta flexibilidade", pouco foi feito, do lado grego, para se atingir "um acordo credível".

 

Uma vez que o actual programa termina no final deste mês, o líder do bloco do euro insistiu na convicção de que "tendo em conta a falta de tempo", a opção que resta passa por um eventual prolongamento do programa em curso. A Grécia tem prevista a devolução de um total aproximado de 1,6 mil milhões de euros ao Fundo Monetário Internacional (FMI).  

 

Para que isso aconteça, as instituições ficam agora à espera de novas propostas do lado grego nos próximos dias. Propostas que poderão ser discutidas já durante a cimeira dos líderes dos Estados-membros do euro entretanto marcada com carácter de urgência para a próxima segunda-feira, 22 de Junho. Quanto a eventuais avanços que possam ser alcançados nessa cimeira, Dijsselbloem garante "ainda ser muito cedo para antecipar". 

Apesar de um bastante moderado optimismo em relação à possibilidade de se chegar a acordo com o governo da Grécia, Jeroen Dijsselbloem não deixou de enviar alguns recados à equipa chefiada por Tsipras. Lembrando que "r
eestruturar o sector público, a economia  e assegurar excedentes orçamentais primários (…) exige medidas difíceis e políticos que digam a verdade ao povo".

Esta semana, o presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, já se havia mostrado exasperado, acusando Alexis Tsipras de veicular perante os deputados e povo gregos versões das conversações que não correspondem à realidade dos factos. 

(Notícia actualizada às 19h31) 

Ver comentários
Saber mais Grécia Eurogrupo Jeroen Dijsselbloem Zona Euro Alexis Tsipras Jean-Claude Juncker
Outras Notícias
Publicidade
C•Studio