Depois de a Grécia ter falhado novamente um acordo no Eurogrupo, o primeiro-ministro abriu o debate quinzenal desta manhã com uma mensagem de confiança, tentando desmentir a possibilidade de um contágio. "Numa altura em que tantas desconfianças pairam na Zona Euro, julgo que é de valorizar o facto de Portugal não ser um país que possa ser apanhado pela incerteza", afiançou.

Segundo Passos Coelho, "está prevenido do ponto de vista do encaixe financeiro para fazer face a qualquer volatilidade dos mercados" durante "muito tempo" e é também "visto como um parceiro de confiança que estará abrangido pelos mecanismos de defesa da Zona Euro, que nunca deixarão de ser activados em caso de necessidade", sustentou.

O primeiro-ministro sustenta que "isto não acontece por acaso" e esta posição mais confortável de Portugal só foi possível porque o Governo decidiu "não adoptar políticas de maior facilidade". "Não tivesse acontecido tudo isto e estaríamos hoje em condições de grande ansiedade. É nos momentos de maior incerteza que se deve valorizar a confiança, prudência e confiabilidade das políticas que foram prosseguidas", destaca.

"Apesar de ninguém desejar esta incerteza e estes riscos, a Zona Euro exibe hoje uma condição de resiliência muito maior", e Portugal e Irlanda não estão à espera de saber "quanto tempo demorarão a pedir ajuda externa se algum risco da Grécia se vier a materializar". E "se hoje encaramos essa incerteza e esses riscos com maior segurança e confiança, deve-se a trabalho de preparação que começou há quatro anos".