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Cavaco Silva: Consequências da crise na Grécia "podem ser contidas"

O Presidente da República admitiu hoje que "um acidente com um país na zona do Euro" terá efeitos negativos, mas disse acreditar que as consequências da situação grega podem ser contidas em relação a Portugal e à União Europeia.  

Miguel Baltazar/Negócios
18 de Junho de 2015 às 11:40
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"Todos os países da União Europeia estão preocupados, embora se diga - e eu concorde - que as instituições europeias estão melhor preparadas para enfrentar um acidente com um país da zona do Euro, alguns efeitos ocorrerão e não serão efeitos positivos, embora eu continue a afirmar que eles podem ser contidos em relação ao conjunto da zona Euro e em relação a Portugal", afirmou o chefe de Estado, Aníbal Cavaco Silva, durante uma conversa com os jornalistas em Bucareste, na Roménia.

 

Lembrando que Portugal tem "uma reserva de recursos financeiros que permite aguentar o país, o financiamento do Estado e da economia, durante vários, vários meses", Cavaco Silva não escondeu, contudo, que todos os países da União Europeia estão preocupados com a situação grega, que entrou numa "área de resultados imprevisíveis".

 

Por outro lado, continuou, há dúvidas sobre aquilo que fará o Banco Central Europeu numa situação de emergência "relativamente à cedência de liquidez ao sistema bancário grego", quando se sabe que "todas as semanas há uma fuga de biliões ou quase biliões dos bancos gregos".

A Europa não pode ceder a chantagens, venham elas de fora do seu espaço ou venham elas dentro do seu próprio espaço
Cavaco Silva

 

"A própria União Europeia criou, entretanto, mecanismos de apoio aos Estados em dificuldade e mecanismos de supervisão mais fortes do que tinha no passado e há um elemento acrescido: o Banco Central Europeu manifesta-se muito mais aberto do que no passado a apoiar situações financeiras difíceis", referiu o Presidente da República.

 

Reiterando que apesar de todos os países europeus desejarem um acordo, Cavaco Silva insistiu na ideia já deixada no início da semana de que "não podem ser abertas excepções" e que a Grécia tem de respeitar as regras e procedimentos acordados.

 

"A Europa não pode ceder a chantagens, venham elas de fora do seu espaço ou venham elas dentro do seu próprio espaço", vincou.

 

O Presidente da República voltou também a vincar as diferenças entre Portugal e a Grécia, considerando que os portugueses compreendem bem essa diferença e recolhem que os dois países seguiram caminhos diferentes na implementação dos programas de ajustamentos, razão porque a situação nos planos económico, social e financeiro são também agora bastante diferentes.

 

"O Governo grego (...) foi aprendendo que a realidade é diferente dos sonhos e das promessas que são feitas em campanha eleitoral. E, de alguma forma, foi-se adaptando", referiu, notando que a situação social na Grécia é agora muito pior do que era antes do actual executivo tomar posse.

 

Em resposta a várias questões dos jornalistas sobre a situação grega, o chefe de Estado deixou ainda críticas à forma como o Governo grego tem gerido as negociações com os credores, lamentando as "declarações bastante agressivas" que foram feitas às instituições da 'troika'.

 

"Foram cometidos erros de natureza diplomática bastante fortes por parte das autoridades gregas, porque há um modo de negociar, há uma linguagem própria da negociação e isso não foi tido em devida conta. Não penso que tenha sido com intenção, foi por falta de experiência", disse, insistindo que espera que na "25ª hora se alcance um entendimento", porque seria bom para todos os países da União Europeia.

 

 

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