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Royal Bank of Scotland defende que decisão da Irlanda pode ser má para Portugal

Tal como afirmou Marques Guedes, os especialistas do banco britânico defendem que Portugal perdeu a “referência”. O Royal Bank of Scotland também não acredita que Portugal consiga acabar o actual programa sem um novo plano de ajuda externa, seja um segundo resgate ou uma linha de crédito.

Bruno Simão/Negócios
Diogo Cavaleiro diogocavaleiro@negocios.pt 14 de Novembro de 2013 às 16:34

"No limite, o facto de a Irlanda não recorrer a um resgate [na forma de um programa cautelar] representa uma má notícia para Portugal". É esta a mensagem que o Royal Bank of Scotland vê para Portugal depois da decisão da Irlanda de terminar o programa de resgate em Dezembro deste ano sem aceder uma linha de crédito cautelar.

 

Os especialistas do banco Harvinder Sian e Michael Michaelides, numa nota de comentário enviada por e-mail, consideram que a Irlanda era “a referência” e o “modelo” para o fim do programa de resgate português. Com esta decisão tomada pelo primeiro-ministro irlandês Enda Kenny, anunciada esta quinta-feira, Portugal fica sem essa “referência”.

 

Esta foi, aliás, a mesma palavra utilizada pelo ministro da Presidência, Luís Marques Guedes, na reacção governamental ao caso irlandês, quando disse que Portugal perdia o seu “ponto de referência”.

 

De qualquer modo, o Royal Bank não acredita que Portugal esteja em condições para sair do programa de resgate, solicitado em Abril de 2011, no primeiro semestre de 2014, como está previsto no memorando de entendimento. Segundo a unidade de investimento britânico, para Portugal, recorrer a uma linha de crédito europeia (um plano em que poderia ser ajudado em situações de fortes dificuldades), é uma opção provável, a par de um segundo resgate. Tudo depende do sucesso das emissões de dívida ao longo do primeiro trimestre de 2014.

 

Os analistas fazem esta comparação dado que, no campo político, esta ligação entre o programa de resgate irlandês e o programa português sempre foi feita. Com cerca de seis meses de adiantamento, o caso da Irlanda é visto por Portugal como o "caminho" a seguir. Isso mesmo tem sido dito pelos políticos portugueses no que diz respeito à possível necessidade de recorrer a um programa cautelar (de forma a permitir que Portugal se financie sem ajuda mas sem necessitar, igualmente, de dinheiros internacionais).

 

Ainda esta quarta-feira, 13 de Novembro, Maria Luís Albuquerque afirmou que Portugal iria seguir "atentamente" as negociações irlandesas "para tentar perceber até que ponto esse precedente poderia ser usado por Portugal".

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