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Maria Luís Albuquerque: Programa cautelar “não é medida de maior ou menor sucesso” do ajustamento
A ministra das Finanças discorda que o recurso a um programa cautelar signifique o falhanço de um programa. Eurogrupo diz que instrumentos estão lá para ser usados.
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O recurso a um programa cautelar “não é uma medida de maior ou menor sucesso” dos programas de ajustamento, pois a sua utilização pode ser meramente “uma medida de prudência”, defendeu a ministra das Finanças em conferência de imprensa após a reunião do Eurogrupo em que ficou claro que Irlanda e Espanha não recorrerão a um programa cautelar.
Maria Luís Albuquerque considera que a decisão de recorrer a um apoio adicional depende de muitos factores, nomeadamente o momento “dentro do próprio país” e na Zona Euro. Michael Noonan, o ministro das Finanças irlandês, justificou a recusa em requerer um programa cautelar com as condições “benignas” nos mercados e na Zona Euro.
O Eurogrupo também considera que a opção irlandesa não deve influenciar Portugal : “Não creio que [a decisão irlandesa] vá influenciar a decisão pendente de Portugal”, afirmou Jerome Dijsselbloem, presidente do Eurogrupo, acrescentando que “os instrumentos” de apoio “estão disponíveis para quem precisar.
Maria Luís Albuquerque considera que é ainda demasiado cedo para antecipar o que vai acontecer com Portugal em meados do próximo e defende que “cada caso é um caso”, uma expressão usada por vários responsáveis presentes na reunião de hoje.
Um factor decisivo será a evolução das taxas de juro e a aceitação pelos investidores da dívida portuguesa. A ministra não quis avançar quando é que Portugal testará novamente os mercados, mas garante que “há manifestações de interesse” e admite que “no início do próximo ano, em Janeiro, Fevereiro” Portugal possa voltar a emitir a médio e longo prazo. “Estamos atentos a oportunidades”, afirmou.
* jornalista em Bruxelas