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Noonan: Decisão da Irlanda aproveita condições “muito benignas dos mercados”
Ministro das Finanças irlandês diz que condições muito benignas na Zona Euro e na Irlanda foram o "factor decisivo" para a decisão de regressar aos mercados sem programa cautelar.
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Orçamento aprovado, o regresso do crescimento ao País, o recente corte de juros do BCE, os juros baixos, a calma que atravessa a Zona Euro; resumindo, “este era o momento”. É assim que Michael Noonan, o ministro das Finanças irlandês, explica a decisão de não requerer uma linha de crédito cautelar com o apoio para o regresso aos mercados financeiros. A Irlanda tentará a sua sorte sozinha após 15 de Dezembro, a data de término do seu programa.
“Achámos que este era o momento” e “esse foi o factor decisivo” afirmou, apresentando os vários elementos que considerou, entre os quais se destacam as condições financeiras e económicas benignas.
“São tempos muito benignos nos mercados internacionais, a Irlanda está a crescer muito outra vez, os juros de mercados estão em mínimos - a nossa taxa de juro de mercado secundário para a obrigação a dez anos estava em 3,52% à hora de almoço e nem mexeu com o anúncio”, explicou Noonan, acrescentando: “a decisão pelo BCE de reduzir a taxa de juro também ajudou”.
Além disso, continuou, “às vezes na Europa as coisas podem tornar-se acidentadas, coisas sobre as quais não temos controlo e que podem afectar as nossas decisões. O momento agora era muito bom”, justificou, acrescentando: “há uma janela de oportunidade benigna que vejo a estender-se até ao próximo ano”.
O responsável máximo pelas Finanças irlandesas aproveitou para apresentar um último argumento a favor da opção anunciada esta quinta-feira, 14 de Novembro que, para um país ainda com uma economia frágil e dívida acima dos 120% do PIB, implica alguns riscos. A Irlanda sai do programa sem apoio mas tem reservas suficientes para chegar até 2015 sem recorrer a financiamento nos mercados.
“Temos cerca de 20 mil milhões de euros em reservas e isso financia-nos até 2015” lembrou, procurando antecipar eventuais preocupações e apontando até uma data para testar novamente os mercados: “Não temos de ir aos mercados no próximo ano, mas a nossa intenção seria ir provavelmente no final de Janeiro, início de Fevereiro”. Uma data para marcar no calendário, especialmente em Lisboa.