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Silva Peneda: inquérito à CGD arrisca ser "chicana parlamentar"

Ministro de Cavaco Silva e antigo presidente do Conselho Económico e Social está disponível para voltar ao cargo, se o PSD deixar. É crítico do inquérito à CGD, para onde foi convidado duas vezes. Aposta 100 para um em como o seu amigo Juncker vai travar as sanções a Portugal.

Miguel Baltazar/Negócios
Negócios 23 de Junho de 2016 às 11:17
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Os deputados devem inteirar-se a fundo sobre a situação financeira da Caixa Geral de Depósitos (CGD), mas um inquérito parlamentar não é o melhor meio para o fazerem – no actual contexto arrisca-se a transformar-se numa "chicana Parlamentar de acusações mutuas". A opinião é de José da Silva Peneda, que, em entrevista à Antena 1, manifesta as reservas quanto à estratégia seguida pelo PSD para apurar de onde surgem as necessidades de recapitalização do banco público.

"Tenho muitas dúvidas acerca dos inquéritos parlamentares. Se tem uma grande unanimidade entre todos [os partidos], é uma coisa. Quando nasce à partida com uma grande divisão, transforma-se numa chicana parlamentar de acusações mútuas", diz o antigo presidente do Conselho Económico e Social.

Ex-ministro de Cavaco Silva e actual conselheiro de Jean-Claude Juncker, Silva Peneda revela na entrevista que foi convidado por Cavaco Silva para integrar a administração da CGD por duas vezes e por duas vezes recusou.

Fê-lo "por vergonha" - "Não quis por vergonha, fui quadro da CCDR Norte, entendi que devia voltar. Agora, mais um que veio para aqui com um tacho porque foi ministro, e entendi que essas acusações até eram justas. Sentia-me desconfortável", explica.

 

Portugal escapará a sanções


Enquanto conselheiro de Jean-Claude Juncker, Silva Peneda está pronto a apostar que Portugal escapará a sanções por, em 2015, ter violado as regras do Pacto de Estabilidade.

"Eu sei que o presidente da Comissão não aceitará isso. É uma convicção minha. Podia apostar 100 contra 1!".

Silva Peneda confirma ainda que está disponível para regressar ao Conselho Económico e Social (CES), mas é preciso que o PSD (o seu partido) aceite o seu nome. O PS já o sondou, mas só aceitará o cargo se houver um consenso entre os dois partidos, numa decisão que deverá ser anunciada para os finais do mês de Julho. 

Embora seja militante do PSD, diz que "neste momento não tem grandes motivações para participar no PSD". 

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