Outros sites Medialivre
Notícias em Destaque
Notícia

Moscovici: Adiamento das sanções a Portugal e Espanha "não satisfaz ninguém"

O comissário europeu Pierre Moscovici admitiu hoje que o adiamento da eventual aplicação de sanções a Portugal e Espanha "não satisfaz ninguém", considerando que "as boas regras" devem ser "simples e fáceis de compreender".

Bloomberg
09 de Junho de 2016 às 15:08
  • 1
  • ...

"Fomos criticados pela forma como aplicámos as regras em Espanha e em Portugal, por exemplo. Criticados por legisladores, compreendidos por economistas, sem satisfazer ninguém", afirmou Pierre Moscovici no Fórum Económico de Bruxelas, que decorre hoje na capital belga.

 

Na semana passada, a Comissão Europeia reiterou que se limitou a seguir as regras da governação económica europeia ao adiar uma decisão sobre eventuais sanções a Portugal e Espanha devido ao défice excessivo, desvalorizando assim as críticas do presidente do Eurogrupo, mas também de alguns Estados-membros em sede de Ecofin (ministros das Finanças da União Europeia), designadamente do ministro das Finanças alemão, Wolfgang Schäuble, que considerou que "aliviar as regras não ajuda a aumentar a confiança".

 

Hoje, o comissário europeu para os Assuntos Económicos admitiu que para o executivo comunitário é "sempre difícil aplicar regras sem criticismo" num "sistema que se baseia em regras", afirmando que o Pacto de Estabilidade e Crescimento deve ser "a linha orientadora", mas que também há espaço para flexibilidade para situações imprevistas, como o apoio aos refugiados ou a luta contra o terrorismo.

 

Para Pierre Moscovici, as "boas regras são simples e podem ser compreendidas facilmente pela opinião pública e pelos media", mas garantiu que o Pacto de Estabilidade e Crescimento deve ser "a linha orientadora" da Comissão.

 

O comissário europeu falava depois de o ministro das Finanças grego, Euclide Tsakalotos, ter criticado a posição de Bruxelas face às regras orçamentais, que prevêem a suspensão de fundos comunitários para países que falhem as regras de redução do défice excessivo e da dívida, como é o caso de Portugal.

 

Euclide Tsakalotos defendeu que Bruxelas deveria dar mais atenção à redução da pobreza e às desigualdades sociais, considerando que essa é uma prioridade europeia "nas palavras" mas que não passa para as acções.

 

Nesse sentido, para "colocar o dinheiro a favor das palavras", o ministro das Finanças grego defendeu a existência de regras para a redução da pobreza, que seriam medidas através do coeficiente de Gini (um indicador de desigualdade na distribuição do rendimento), por exemplo.

 

O parlamento português aprovou hoje dois votos de condenação, um da esquerda e outro do PSD/CDS-PP, contra a aplicação de sanções europeias a Portugal, o que levou o presidente da Assembleia da República a congratular-se com o "consenso".

 

A 18 de Maio passado, a Comissão Europeia decidiu adiar para Julho uma decisão sobre eventuais sanções a Portugal e Espanha no quadro dos Procedimentos por Défice Excessivo (PDE), admitindo que se tratava de uma decisão também política, que tinha em conta, entre outros aspectos, a realização de eleições em Espanha no corrente mês de Junho.

Ver comentários
Saber mais Pierre Moscovici Fórum Económico de Bruxelas Wolfgang Schäuble União Europeia Eurogrupo Euclide Tsakalotos
Outras Notícias
Publicidade
C•Studio