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Líder do Eurogrupo reage ao apoio de Merkel a Espanha: "Não vamos atribuir cargos que não estão disponíveis"

Jeroen Dijsselbloem acusou Madrid de estar a tentar há algum tempo obter um cargo com peso em Bruxelas. Espanha "acredita ter direito a algo, mas não tem", afirmou o responsável comunitário em reacção ao apoio de Angela Merkel a Luis de Guindos.

Reuters
26 de Agosto de 2014 às 20:18
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O presidente do Eurogrupo veio a público esta terça-feira, 26 de Agosto, sublinhar que o seu mandato só termina no próximo ano, depois da Alemanha ter anunciado o seu apoio a Espanha na sua candidatura à liderança da instituição.

 

Angela Merkel disse na segunda-feira, 25 de Agosto, que o actual ministro das Finanças espanhol, Luis de Guindos, é "um excelente ministro". Berlim vê também "com agrado" a sua candidatura à liderança dos ministros das finanças da Zona Euro.

 

O actual presidente do Eurogrupo, Jeroen Dijsselbloem (na foto), veio reagir às declarações da chanceler alemã, ao sublinhar que a discussão da sucessão ainda é prematura e só deve ter lugar daqui a um ano.

 

"Estou seguro que vou continuar durante mais um ano. Não vamos atribuir cargos que não estão disponíveis", disse o também ministro das finanças da Holanda à agência ANP e citado pela EFE.

 

O responsável comunitário acusou Madrid de estar a tentar há algum tempo obter um cargo com peso em Bruxelas. Assim, Espanha "acredita ter direito a algo, mas não tem", atirou.

 

Nomeado para o cargo pelos seus homólogos europeus em Janeiro de 2013, o seu mandato termina a 21 de Julho de 2015.

 

Um dos impedimentos à nomeação de De Guindos é a realização de eleições legislativas em Espanha no próximo ano, considera o responsável comunitário. Caso Mariano Rajoy perca as eleições gerais, Luis de Guindos não poderá assumir o cargo por não estar a exercer funções.

 

Mas também houve espaço para elogios ao ministro espanhol, nas declarações de Jeroen Dijsselbloem, ao considerar que foi um "excelente ministro em tempos difíceis".

 

Contudo, assinalou que a crise em Espanha ainda não terminou. "Foi feito muito trabalho, mas não é ainda seguro se Espanha já está [fora da crise]".

 

Sobre a possibilidade de continuar na liderança do Eurogrupo depois de 2015, o ministro holandês preferiu não comentar.

 

O nome de Jeroen Dijsselbloem tem sido apontado para suceder a Olli Rehn, o actual comissário para os Assuntos Monetários e Económicos. Outro dos nomes noticiados foi o de Pierre Moscovici, antigo ministro das Finanças francês.

 

Jean-Claude Juncker - que sucede a Durão Barroso na liderança da Comissão Europeia em Novembro - já avisou que pretende um socialista para ficar com uma das pastas mais influentes em Bruxelas. Tanto Dijsselbloem como Moscovici são socialistas.

 

Mas a balança pode pesar para o lado do francês devido ao historial entre Dijsselbloem e Juncker. O ministro holandês descreveu o seu antecessor no Eurogrupo como um "fumador e bebedor inveterado" durante as reuniões dos ministros das Finanças do Euro, em momentos críticos para a moeda única quando foram discutidos os resgates à Irlanda, Grécia e Portugal.

 

A imprensa holandesa especulou na altura, no início deste ano, que as declarações foram uma vingança da parte de Jeroen Dijsselbloem por Juncker se ter envolvido no resgate a Chipre, num momento em que o holandês já tinha assumido funções no Eurogrupo.

 

Resta saber agora se poderão ter algum peso na escolha de Jeroen Dijsselbloem para assumir uma das pastas mais importantes na União Europeia.

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