Madrid e Berlim estão em sintonia. É esta a principal mensagem saída da cimeira bilateral de dois dias, que teve lugar em Santiago de Compostela, na região autónoma da Galiza, entre o primeiro-ministro espanhol, Mariano Rajoy, e a chanceler alemã, Angela Merkel.

Apesar de a Europa ver aumentar as pressões para uma inversão das políticas, que para além das exigências de Paris e Roma, também viu o presidente do Banco Central Europeu (BCE), Mario Draghi, clamar por medidas impulsionadoras do crescimento económico, tanto Rajoy como Merkel reafirmaram a importância das reformas estruturais.

Na conferência de imprensa que culminou a cimeira, Rajoy defendeu que "há que seguir políticas de consolidação orçamental e há que fazer reformas estruturais". Merkel afiançou que Madrid e Berlim estão em sintonia e destacou, segundo o Cinco Días, as duras políticas empreendidas, com grande celeridade, pelo Governo espanhol. Rajoy sublinhou que começam a dar frutos as reformas estruturais feitas em Espanha, "muitas delas em estreita colaboração com a Alemanha".

O líder espanhol lembrou que "por vezes [as reformas estruturais] são duras, mas é o que permite aumentar a competitividade". Rajoy recordou ainda que foi a correcção dos desequilíbrios financeiros que permitiu que Espanha siga agora uma trajectória de crescimento, depois de vários anos de recessão, dando como exemplo positivo os primeiros sinais de retoma dados pela redução do desemprego. 

Madrid e Berlim defendem "mais integração europeia"

O percurso de cerca de cinco quilómetros, parte do caminho de Santiago, percorrido no passado domingo, numa conversa a dois, coadjuvada por dois intérpretes, terá possibilitado a coordenação de retórica.

A proximidade entre os dois líderes ficou patente nas opiniões deixadas na conferência de imprensa da manhã desta segunda-feira. Além da indicação de apoio deixada por Merkel a Luis de Guindos, actual ministro da Economia espanhol, para chefiar o Eurogrupo, Merkel também mostrou concordância com outra proposta deixada por Mariano Rajoy.

"É importante aumentar a integração europeia. Criar um mercado único de energia e, também dos serviços", sustentou Rajoy.

Angela Merkel concordou com a necessidade de aprofundamento da integração no espaço europeu e registou que "o mercado único energético tem como objectivo que Portugal e Espanha tenham possibilidade de transportar a energia para lá dos Pirenéus".

"Apoio todos os pedidos de Espanha neste contexto", garantiu Merkel.