Notícia
Guindos procura apoios para conquistar liderança do Eurogrupo
O ministro da Economia espanhol prossegue a busca de apoios para suceder a Dijsselbloem na presidência do Eurogrupo. Até o rei espanhol Felipe VI terá aproveitado a presença em Paris para tentar conquistar o apoio de François Hollande.
Além da Grécia, a reunião dos ministros das Finanças do Eurogrupo, agendada para a próxima quinta-feira, 18 de Junho, também poderá ficar marcada pela eleição do próximo presidente daquela instituição. Luis de Guindos, ministro espanhol das Finanças e Economia, pretende suceder ao actual detentor do cargo, o holandês Jeroen Dijsselbloem, que também está na corrida.
De acordo com o El País, o social-democrata Dijsselboem assume-se como favorito à liderança do Eurogrupo, cargo que ocupa desde 2013. O holandês terá como objectivo forçar a votação já no encontro desta quinta-feira, numa eleição que exige apenas uma maioria simples saída da votação dos ministros dos 19 estados-membro.
O El País acrescenta que a Espanha, com o apoio da Alemanha, tentou retirar da agenda da reunião de quinta-feira, sem sucesso, a votação destinada a encontrar o próximo líder do Eurogrupo.
Já o El Mundo escreve que também o rei espanhol, Felipe VI, entrou na campanha favorável ao nome de Guindos, que já conta com o apoio da chanceler alemã, Angela Merkel, e, naturalmente, do próprio primeiro-ministro espanhol, Mariano Rajoy.
Durante a sua presença em Paris, numa visita de Estado iniciada a 2 de Junho, o monarca espanhol tentou convencer o presidente e o primeiro-ministro da França, François Hollande e Manuel Valls, respectivamente, que Guindos é o nome ideal para suceder a Dijsselbloem.
Para Felipe VI e para as autoridades espanholas, acrescentar ao apoio de Merkel o de Paris seria crucial para fazer pender a favor de Guindos aquilo que se afigura como uma corrida renhida. Madrid aposta na recuperação da economia espanhola, que cresce a um ritmo superior ao dos restantes membros do euro, como uma carta a favor do nome de Guindos.
Todavia, Jeroen Dijsselbloem, que pertence ao Partido Socialista Europeu, jogará com o facto de praticamente todas as instituições europeias serem actualmente lideradas por membros dos conservadores do Partido Popular Europeu. Facto que será relevado aquando da saída do social-democrata alemão, Martin Schulz, da presidência do Parlamento Europeu.
Como tal, Dijsselbloem insistirá junto de Hollande e do também social-democrata primeiro-ministro italiano, Matteo Renzi, para que o apoiem, assegurando assim a permanência de um membro do Partido Socialista Europeu à frente de uma instituição europeia. O El Mundo cita fontes comunitárias que afiançam ainda que Dijsselbloem conta com o apoio da generalidade dos países mais pequenos do Norte e Centro da Europa. O El País adianta que a Eslováquia e a Eslovénia, por exemplo, apoiam o político holandês.
Até ao dia 18 de Junho, Espanha deverá continuar a insistir na importância de se adiar a votação para próximo presidente do Eurogrupo, argumentando ser necessário alcançar um acordo mais amplo no que ao sucessor de Dijsselbloem diz respeito. No entanto, o impasse verificado nas negociações entre Atenas e as instituições credoras não deixará, certamente, de assumir preponderância central na reunião de quinta-feira.