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Hollande: "Não se pode confundir a ameaça terrorista com a fuga dos refugiados"

O presidente francês insistiu na ideia de que os últimos acontecimentos em Saint-Denis "confirmam uma vez mais que estamos em guerra" e lembrou a importância de não se "confundir a ameaça terrorista com a fuga dos refugiados".

18 de Novembro de 2015 às 13:36
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François Hollande falou esta quarta-feira, 18 de Novembro, perante os mais de mil presidentes de câmara gauleses para notar que os acontecimentos da última madrugada em Saint-Denis, a norte de Paris, "confirmam uma vez mais que estamos em guerra".

 

Num discurso proferido durante cerca de 30 minutos perante o Congresso dos municípios gauleses, o presidente francês lembrou que se trata de "uma guerra contra o terrorismo", designadamente de uma organização que "dispõe de recursos financeiros, que ocupa um território e que tem elementos" na Europa e na França.

 

É desta organização que fogem os refugiados iraquianos e sírios que tentam vir para a Europa, sustentou o presidente francês que defende que "não se pode confundir a ameaça terrorista com a fuga dos refugiados". Com Marine Le Pen e a Frente Nacional em pano de fundo, Hollande lamenta haver "quem queria relacionar o fluxo de refugiados com a ameaça terrorista", contudo o governante recorda que "o nosso dever de humanidade em relação aos refugiados não pode perder-se". Assim, "todas as pessoas que tiverem direito a asilo irão tê-lo", assegurou apesar de notar que será necessário um controlo apertado.

 

Hollande referia-se à ameaça colocada pelo autoproclamado Estado Islâmico, que "planeou lá para matar cá" e cujo objectivo, notou, passa por "provocar o medo e acabar com a unidade da França". Contudo, o presidente gaulês garantiu que o medo não vencerá e reforçou a necessidade de "construir uma coligação alargada" no combate ao jihadismo.

 

[O Estado Islâmico] planeou lá
para matar cá"
François Hollande

Como tal, assegurou que as acções militares na Síria "vão intensificar-se" e informou Paris "vai incrementar a presença militar na região" e avançou que o porta-aviões Charles de Gaulle, que antes garantiu irá "triplicar a capacidade de acção" da coligação internacional que há mais de um ano bombardeia as posições do EI na Síria, já se encontra perto do mar sírio.

 

Nesse sentido, Hollande confirmou que irá falar nos próximos dias com os chefes de Estado da Rússia e dos Estados Unidos para assegurar "a necessária coordenação da nossa acção" e assim "formar uma coligação alargada". Porque "apesar de nem todos os países terem os mesmos interesses", o presidente francês considera que há um objectivo maior e "que tem de ser o mesmo porque há uma ameaça comum que tem de ser combatida em conjunto" e afiança que "as forças armadas francesas vão ter um papel determinante nesta coligação". Ontem os 28 Estados-membros da União Europeia aceitaram, por unanimidade, corresponder ao pedido de ajuda para o combate ao terrorismo remetido pela França.

 

Hollande quer uma França unida e coesa

 

Numa parte do discurso mais voltada para o plano interno, François Hollande fez questão de realçar "a coragem das forças policiais" sublinhando que "a França orgulha-se de ter forças capazes de proteger os seus cidadãos".

 

Depois destacou a "importância da prevenção da radicalização", designadamente por parte dos jovens franceses porque é preciso impedir que se tornem "um perigo para si próprios e para os outros.

 

Para a assegurar, Hollande garante "a nossa coesão social é a melhor resposta" e que é fundamental lutar "contra o ódio e contra todas as formas de anti-semitismo, anti-islamismo e ainda contra a apologia do ódio". Para consolidar este objectivo, Hollande informou ter apresentado esta manhã um projecto de lei ao Conselho de Ministros a fim de "criminalizar quem incite ao ódio". Em jeito de mensagem final, o presidente francês realçou que "somos todos franceses apesar das grandes diferenças".

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