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CDU de Merkel fica em terceiro em eleição regional, atrás do AfD

O partido anti-europeísta Alternativa para a Alemanha (AfD) ficou à frente da CDU, de Merkel, no Estado Mecklemburgo-Pomerânia Ocidental, precisamente onde está o círculo eleitoral da chanceler.

04 de Setembro de 2016 às 19:40
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O partido de Angela Merkel terá sido derrotado pelo Alternativa para a Alemanha (AfD) pela primeira vez numas eleições regionais, o que demonstra mais um voto de protesto dos eleitores pela política aberta da chanceler no que respeita aos refugiados. Este domingo, 4 de Setembro, o Estado Mecklemburgo-Pomerânia Ocidental, onde está o círculo eleitoral pelo qual Merkel concorreu ao Parlamento alemão, deu a vitória ao SPD, mas a CDU passou a ser a terceira força na votação, de acordo com as sondagens realizadas à boca das urnas e avançadas pelas televisões alemãs.

Em Setembro, há duas eleições regionais, a primeira decorreu este domingo, e a outra acontecerá em Berlim, a 18 de Setembro. E são vistas como importantes testes à capacidade do AfD e à resistência de Merkel, olhando-se já para as eleições federais que ocorrerão em 2017. 

Mais uma vez voltam a mostrar algum descontentamento pela CDU (União Cristã-Democrata), nomeadamente em relação à sua política aberta no caso dos refugiados.

Neste Estado, segundo as sondagens, o AfD terá, assim, conseguido de 21,4% (projecção da ZDF, citada pela Reuters) a 22% (projecção da ARD, citada pela Bloomberg), contra os 19% da CDU que nas eleições de 2011 tinha conseguido 23% neste Estado. Segundo a ZDF, citada pela Reuters, este será o pior resultado de sempre da CDU neste Estado. 

O SPD, que governa o Estado desde 1998 e que o governa em coligação com a CDU desde 2006, terá ficado com 30,3%, menos que os 35,6% conseguidos em 2011. O que significa que o partido de Merkel ficou em terceiro lugar, na terra política da chanceler. Ainda assim, o SPD (24 lugares) e a CDU (16) conseguiram o resultado suficiente para continuarem, em coligação, a governar este Estado. A AfD conseguiu 18 lugares, numa assembleia que tem 71. O SPD, segundo a Reuters, que também tem coligações com o Partido da Esquerda e com os Verdes, diz, para já, que vai deixar as opções em aberto. Mas os restantes partidos já fizeram saber que não se coligarão com o AfD, pelo que apesar de ser a segunda força mais votada não entrará para este Governo estadual.  

"Não está bonito para nós", declarou Michael Grosse-Groehmer, um dos deputados da CDU, à estação ZDF, acrescentando que "os que votaram pelo AfD estão a enviar uma mensagem de protesto". Citado pela Bloomberg, o secretário-geral da CDU, Peter Tauber, declarou, no entanto, que "o resultado é amargo para toda a gente no partido. Há pessoas com medos e preocupações e nós não conseguidos acalmar esses receios".


Frauke Petry, líder do AfD, já declarou que "esta é uma bofetada a Merkel", dizendo que os "eleitores mandaram uma mensagem clara contra a sua política desastrosa de imigração. Isto coloca-a no seu lugar". 

Já em Março, Merkel tinha saído derrotada das eleições em três estados, perdendo eleitores para o AfD.  

 

Fundado em 2013, o AfD tem, agora, assentos em nove dos 16 estados alemães. O AfD está também a ganhar apoiantes a nível nacional. Uma nova sondagem, divulgada este domingo e realizada pelo instituto Emnid para o jornal Bild, mostra que se as eleições federais fossem hoje o AfD conseguiria 12% dos votos, o que o tornaria a terceira força política alemã. 

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