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Alemanha: CDU de Merkel trava ofensiva do AfD na Saxónia
A Alternativa para a Alemanha (AfD), o partido eurocéptico e anti-imigração que tem subido de forma vertiginosa nas mais recentes eleições regionais, ficou agora em quarto lugar com apenas 7,8% dos votos.
Com 34,4% dos votos, a CDU, partido cristão-democrata da chanceler alemã Angela Merkel, venceu as eleições deste domingo no estado da Saxónia, no leste do país. Já a Alternativa para a Alemanha (AfD), o partido eurocéptico e anti-imigração que tem subido de forma vertiginosa nas mais recentes eleições regionais e que neste mês ficara pela primeira vez à frente conservadores numa eleição regional, no Estado de Mecklemburgo-Pomerânia, ficou agora em quarto lugar com apenas 7,8% dos votos.
De acordo com resultados ainda preliminares publicados nesta segunda-feira, 12 de Setembro, os social-democratas (SPD) ficaram em segundo lugar com 31,2%, tendo os Verdes segurado a terceira posição com 10,9% dos votos.
Comentando estes dados à Euronews, Jean-Michel De Waele, professor de Ciência Política na Universidade Livre de Bruxelas, diz que é preciso esperar por mais escrutínios eleitorais para perceber a real capacidade de implantação do AfD. "Temos de esperar para ver. Em França, a Frente Nacional tem expressão há décadas, mas na Alemanha é algo novo e é preciso ver se se estabiliza ou se é ‘fogo de palha’". "Muitas vezes, na Alemanha, observa-se nas eleições regionais alguns surtos da extrema-direita, que depois não se confirmam noutros escrutínios", acrescenta, lembrando que "os neo-nazis já se instalaram em alguns parlamentos regionais, para depois caírem no ridículo: nas eleições seguintes, os eleitores aprenderam a lição e esqueceram-nos".
A grande viragem aconteceu em Março, quando a CDU de Merkel saiu derrotada das eleições em três Estados, perdendo eleitores para o AfD, que há uma semana ficou pela primeira vez à frente numa eleição regional. Frauke Petry, líder do partido, disse então que "esta é uma bofetada a Merkel", considerando que "eleitores enviaram uma mensagem clara contra a sua política desastrosa de imigração". No rescaldo, a chanceler admitiu estar "insatisfeita" com o resultado da CDU mas garantiu não se arrepender da política de abertura face aos refugiados, que é para manter.