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Merkel admite "insatisfação" mas mantém política sobre refugiados

Apesar de se mostrar "insatisfeita" com o resultado da CDU nas eleições regionais, Merkel garante não se arrepender da política de abertura face aos refugiados, que é para manter. Ainda assim, já fala no repatriamento dos refugiados que "não têm o direito de ficar".

Reuters
05 de Setembro de 2016 às 13:47
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Cada vez mais pressionada, Angela Merkel mantém-se firme na defesa da política adoptada pela Alemanha em relação ao acolhimento de refugiados. Presente em Hangzhou, na China, onde decorre uma cimeira do G20, a chanceler germânica admitiu esta segunda-feira, 5 de Setembro, estar "insatisfeita" com o resultado alcançado pelo seu partido (CDU) nas eleições regionais que decorreram este domingo no Estado Mecklemburgo-Pomerânia Ocidental, o círculo que elege a chanceler como deputada desde 1990.

 

Relegados para a terceira posição, atrás da força populista de extrema-direita Alternativa para a Alemanha (AfD, na sigla alemã), os democratas-cristãos de Merkel obtiveram um mau resultado na eleição deste domingo, precisamente numa altura em que a chanceler enfrenta níveis de popularidade ineditamente baixos devido ao descontentamento do eleitorado relativamente à política sobre imigração adoptada pela "Mutti".

 

"Obviamente [este resultado] tem algo que ver com a questão dos refugiados. Porém, não obstante, acredito que a decisão tomada era a correcta e temos de continuar a trabalhar nela", admitiu Merkel esta esta segunda-feira, citada pela agência Reuters.

 

Há cerca de um ano Angela Merkel proclamou a política de portas abertas da Alemanha no que concerne ao acolhimento de refugiados, uma decisão aplaudida pelos mais variados quadrantes políticos europeus, incluindo tradicionais detractores da chanceler germânica. "Nós conseguimos fazer isto", atirou então a chanceler quando a Alemanha se debatia com a chegada diária de milhares de requerentes de asilo a solo alemão, o destino principal da rota dos Balcãs.

 

Um ano depois, a líder dos democratas-cristãos (CDU) enfrenta níveis de popularidade ineditamente baixos, a crescente oposição do sector mais à direita do seu partido e a ameaça do partido anti-imigração Alternativa para a Alemanha (AfD, na sigla germânica), que neste domingo conseguiu mesmo ficar à frente do partido de Angela Merkel num Estado particularmente importante para a chanceler.

 

A principal causa apontada é o descontentamento da população alemã em relação à política da chanceler sobre refugiados, numa altura em que, segundo dados hoje conhecidos, o número de imigrantes beneficiários do Estado Social germânico aumentou 169% em 2015. Contudo, apesar de reconhecer o impacto negativo para a CDU das políticas de imigração, Merkel assegurou esta manhã na China que as mesmas serão para manter até porque foram seguidas as políticas "correctas".

 

Ainda assim, Merkel já admite que os refugiados que "não têm o direito de ficar" terão de ser repatriados, defendendo que a Alemanha já está inclusivamente a trabalhar no sentido da redução do número de novos imigrantes a chegar ao país. E a um ano das eleições federais alemãs, Angela Merkel já fala na importância de a CDU pensar numa forma de recuperar a confiança dos eleitores.

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