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Número dois de Berlim diz que Merkel subestimou crise de refugiados

O parceiro de coligação da chanceler, Sigmar Gabriel, diz que a Alemanha não tem capacidade para aceitar um milhão de refugiados por ano. Merkel defende-se com as alterações feitas na integração dos refugiados e não se arrepende de lhes ter aberto as portas em 2015.

Reuters
28 de Agosto de 2016 às 22:46
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O vice-chanceler alemão, parceiro de Angela Merkel no Governo de Berlim, criticou este domingo a forma como Merkel lidou com a crise dos refugiados. Sigmar Gabriel, líder do SPD, pediu que seja estabelecido um limite no número de migrantes autorizados a entrar na Alemanha – algo quer não é aceite pela chanceler - e admitiu que o Governo "subestimou o desafio" de integrar o milhão de refugiados que chegaram ao país no ano passado.

"Nós sempre dissemos que é inconcebíveI para a Alemanha receber um milhão de pessoas todos os anos", disse Sigmar Gabriel em entrevista à televisão ZDF. Mais tarde, numa conferência de imprensa citada pela Reuters, insistiu: "Há um limite máximo para a capacidade de integração de um país."

Segundo o jornal Financial Times, a líder do Governo não tardou a reagir e, em entrevista à estação de televisão ARD também este domingo, não lamentou a decisão de abrir portas aos refugiados e assumiu que "falta fazer muito" mas que "muito foi alcançado" na gestão da crise. Negou ainda que, tal como Gabriel tinha sugerido, o Governo central não tenha transferido para as autoridades locais e regionais as verbas suficientes para integrar os imigrantes.

E exemplificou medidas tomadas para melhorar a integração, com a contratação de trabalhadores para a agência responsável pelos refugiados, acelerar a deportação dos estrangeiros a quem não tenha sido concedido asilo e obrigar os imigrantes a aulas de alemão para que se possam integrar. A chanceler defendeu que não seria aceitável que os Governos dissessem: "Não queremos ter muçulmanos no nosso país."

Merkel enfrenta um cenário político interno difícil. Além do parceiro de coligação que dá sinais de afastamento à medida que ganha vantagem nas sondagens para as eleições regionais do próximo mês, a extrema-direita da Alternativa pela Alemanha sobe nas sondagens e metade dos alemães opõe-se a que ela cumpra um novo mandato (a chanceler ainda não esclareceu se será candidata nas eleições do próximo ano). Com uma forte queda na taxa de popularidade - 12 pontos percentuais num mês, para 47%, dois terços dos inquiridos dizem-se descontentes com a política de Merkel para os refugiados.  

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