Notícia
Bruxelas: 2019 vai ser o pior ano da retoma económica da Zona Euro
A Comissão Europeia reviu em baixa o crescimento do PIB da Zona Euro deste ano para 1,3%. A confirmar-se, este será o pior ano da retoma económica da Zona Euro.
Em apenas três meses, muito mudou nas expectativas da Comissão Europeia em relação ao futuro da economia do euro. Bruxelas já tinha revisto em baixa o PIB para 2019, mas não desta forma: esta quinta-feira, 7 de fevereiro, a Comissão baixou a previsão em 0,6 pontos percentuais, estimando agora um crescimento de 1,3% para a Zona Euro.
A confirmar-se, este será o pior ano da retoma da economia do euro uma vez que ficará abaixo dos 1,4% registados em 2014, o ano que marca oficialmente o início da recuperação do PIB da Zona Euro, segundo os dados do Eurostat (ver gráfico). Os dados mais avançados para o arranque de 2019 confirmam o pior: o crescimento está "perto da estagnação".
Nas previsões intercalares de Inverno publicadas hoje, a Comissão Europeia também baixa a previsão para 2018 de 2,1% para 1,9%. A primeira estimativa do Eurostat (publicada após o fecho das projeções da Comissão) apontava para um valor ainda mais baixo (1,8%).
Para 2020, Bruxelas espera uma aceleração do crescimento - face aos 1,3% que agora estima para 2019 - para os 1,6%, ligeiramente abaixo dos 1,7% que estimava nas últimas projeções divulgadas em novembro.
Em 2019, segundo Bruxelas, apenas um país da Zona Euro vai acelerar face a 2018. É a Grécia - cuja retoma começou apenas em 2017 - que deverá carregar no acelerador de um crescimento de 2% para 2,2%. Todos os restantes 18 Estados-membros vão desacelerar, incluindo Portugal para 1,7%, bem abaixo da meta do Governo.
Esta travagem a fundo na economia do euro deve-se principalmente a Itália que deverá crescer apenas 0,2% - depois de ter entrado em recessão técnica no final de 2018 - e à Alemanha (que corresponde a cerca de um terço da economia da Zona Euro), que deverá crescer 1,1%. Os restantes países vão crescer em linha ou acima da média da Zona Euro.
A desaceleração também vai ser sentida na Europa a 28, mas de forma menos acentuada - o que indica que os países fora da Zona Euro estão a um ritmo superior. O crescimento da União Europeia em 2018 também deverá ter sido de 1,9% em 2018, mas a previsão para 2019 é de 1,5%, acima dos 1,3% estimados para a Zona Euro.
No caso da Zona Euro, a inflação deverá travar para 1,4% este ano, depois de se fixar em 1,7% em 2018, o que, a par da travagem do PIB, deverá dificultar a retirada dos estímulos da política monetária do Banco Central Europeu no último ano de mandato de Mario Draghi. No caso do conjunto dos 28 Estados-membros, a inflação deverá travar de 1,9% em 2018 para 1,6% em 2019.
"Grande incerteza" marca as primeiras previsões deste ano
A economia da Zona Euro vai para o sexto ano consecutivo de crescimento económico, mas a palavra de ordem é "grande incerteza" e a situação piorou face às últimas projeções. Tal é admitido pelo comissário europeu para os Assuntos Económicos, Pierre Moscovici: "A desaceleração vai ser mais intensa do que o esperado no Outono, especialmente na Zona Euro, devido às incertezas no comércio e aos fatores internos nas nossas maiores economias".
O que está em causa, nas palavras do vice-presidente da Comissão para o euro, Valdis Dombrovskis, são os "fatores externos, nomeadamente as tensões comerciais e a desaceleração dos mercados emergentes, principalmente da China". Além disso, "estão a ressurgir preocupações" sobre a sustentabilidade da dívida pública em "alguns países da Zona Euro", assinala, sem referir quais. Por último, a incerteza mais próxima em termos geográficos: o Brexit, que continua sem solução à vista.
Contudo, Moscovici tenta mostrar a luz ao fundo do túnel: "Os fundamentais da economia da Europa mantêm-se sólidos e continuam a existir boas notícias particularmente no mercado de trabalho", notou, deixando a previsão de que "o crescimento deverá dar a volta na segunda metade deste ano e em 2020".
Já Dombrovskis opta por dar conselhos aos países, referindo que estar atentos a estes riscos já é fazer metade do trabalho necessário. "A outra metade passa por escolher a conjugação certa de políticas, como por exemplo facilitar o investimento, redobrar os esforços para avançar com reformas estruturais e aplicar políticas orçamentais prudentes", aconselha.
A confirmar-se, este será o pior ano da retoma da economia do euro uma vez que ficará abaixo dos 1,4% registados em 2014, o ano que marca oficialmente o início da recuperação do PIB da Zona Euro, segundo os dados do Eurostat (ver gráfico). Os dados mais avançados para o arranque de 2019 confirmam o pior: o crescimento está "perto da estagnação".
Para 2020, Bruxelas espera uma aceleração do crescimento - face aos 1,3% que agora estima para 2019 - para os 1,6%, ligeiramente abaixo dos 1,7% que estimava nas últimas projeções divulgadas em novembro.
Em 2019, segundo Bruxelas, apenas um país da Zona Euro vai acelerar face a 2018. É a Grécia - cuja retoma começou apenas em 2017 - que deverá carregar no acelerador de um crescimento de 2% para 2,2%. Todos os restantes 18 Estados-membros vão desacelerar, incluindo Portugal para 1,7%, bem abaixo da meta do Governo.
Esta travagem a fundo na economia do euro deve-se principalmente a Itália que deverá crescer apenas 0,2% - depois de ter entrado em recessão técnica no final de 2018 - e à Alemanha (que corresponde a cerca de um terço da economia da Zona Euro), que deverá crescer 1,1%. Os restantes países vão crescer em linha ou acima da média da Zona Euro.
A desaceleração também vai ser sentida na Europa a 28, mas de forma menos acentuada - o que indica que os países fora da Zona Euro estão a um ritmo superior. O crescimento da União Europeia em 2018 também deverá ter sido de 1,9% em 2018, mas a previsão para 2019 é de 1,5%, acima dos 1,3% estimados para a Zona Euro.
No caso da Zona Euro, a inflação deverá travar para 1,4% este ano, depois de se fixar em 1,7% em 2018, o que, a par da travagem do PIB, deverá dificultar a retirada dos estímulos da política monetária do Banco Central Europeu no último ano de mandato de Mario Draghi. No caso do conjunto dos 28 Estados-membros, a inflação deverá travar de 1,9% em 2018 para 1,6% em 2019.
"Grande incerteza" marca as primeiras previsões deste ano
A economia da Zona Euro vai para o sexto ano consecutivo de crescimento económico, mas a palavra de ordem é "grande incerteza" e a situação piorou face às últimas projeções. Tal é admitido pelo comissário europeu para os Assuntos Económicos, Pierre Moscovici: "A desaceleração vai ser mais intensa do que o esperado no Outono, especialmente na Zona Euro, devido às incertezas no comércio e aos fatores internos nas nossas maiores economias".
O que está em causa, nas palavras do vice-presidente da Comissão para o euro, Valdis Dombrovskis, são os "fatores externos, nomeadamente as tensões comerciais e a desaceleração dos mercados emergentes, principalmente da China". Além disso, "estão a ressurgir preocupações" sobre a sustentabilidade da dívida pública em "alguns países da Zona Euro", assinala, sem referir quais. Por último, a incerteza mais próxima em termos geográficos: o Brexit, que continua sem solução à vista.
Contudo, Moscovici tenta mostrar a luz ao fundo do túnel: "Os fundamentais da economia da Europa mantêm-se sólidos e continuam a existir boas notícias particularmente no mercado de trabalho", notou, deixando a previsão de que "o crescimento deverá dar a volta na segunda metade deste ano e em 2020".
Já Dombrovskis opta por dar conselhos aos países, referindo que estar atentos a estes riscos já é fazer metade do trabalho necessário. "A outra metade passa por escolher a conjugação certa de políticas, como por exemplo facilitar o investimento, redobrar os esforços para avançar com reformas estruturais e aplicar políticas orçamentais prudentes", aconselha.
Growth 2019 #ECForecast:
— European Commission (@EU_Commission) 7 de fevereiro de 2019
5.2
4.1
4.1
3.8
3.6
3.5
3.4
3.3
3.1
3.1
2.9
2.7
2.7
2.7
2.5
2.2
2.1
1.9
1.7
1.7
1.6
1.6
1.5
1.3
1.3
1.3
1.3
1.1
0.2
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