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“Em nenhum momento pedi a João Menezes que não exonerasse o seu chefe de gabinete”

A versão do ministro da Educação, agora conhecida, contraria a de Wengorovius Menezes, que ontem esclareceu ter querido demitir Félix por "falta de competência e de lealdade" e que o ministro lhe pediu que não o fizesse.

Tiago Brandão Rodrigues - Educação: O bioquímico e investigador na área de oncologia na Universidade de Cambridge tornou-se aos 38 anos um dos mais jovens e… desconhecidos a assumir o Ministério da Educação. A relevância da pasta e as profundas mudanças introduzidas logo no início do mandato, como na avaliação dos alunos, conferem já a este minhoto uma razoável notoriedade espontânea (1,8%) e uma avaliação que, apesar de equilibrada, pende mais para a nota positiva (7%) do que negativa (6,2%).
Miguel Baltazar
01 de Novembro de 2016 às 21:30
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O Ministro da Educação reafirmou desconhecer que o chefe de gabinete do secretário de Estado da Juventude e Desporto, Nuno Félix, não tivesse as licenciaturas concluídas e negou que tivesse pedido ao anterior titular da secretaria de Estado, João Wengorovius Menezes, para não demitir Félix.

"Disse que não sabia e reafirmo que não sabia. Não sabia que havia um erro. (...) Em nenhum momento eu pedi ao governante João Menezes que não exonerasse o seu chefe de gabinete," garantiu Tiago Brandão Rodrigues esta terça-feira, 1 de Novembro, em entrevista ao Jornal da Noite, na SIC.

Nuno Félix demitiu-se esta sexta-feira na sequência de notícias que davam conta de que no seu despacho de nomeação constavam qualificações que não detinha, nomeadamente duas licenciaturas em Ciências da Comunicação e Direito que estavam incompletas mas eram referidas no seu despacho de nomeação como estando concluídas.

O Observador tinha avançado no mesmo dia que o ministro sabia das licenciaturas incompletas e que Wengorovius quis demitir Nuno Félix, não apenas por esta razão, e que foi impedido por Tiago Brandão Rodrigues.

A versão do ministro agora conhecida contraria a de Wengorovius Menezes, que ontem escreveu na sua página de Facebook que quis demitir Félix por "falta de competência e de lealdade". "O ministro pediu-me que não o exonerasse," afirma o ex-secretário de Estado na mesma publicação citada por meios de comunicação social.

Depois da notícia do Observador, Wengorovius já tinha no entanto vindo dizer à TSF: "Nunca comuniquei 
formalmente ao ministro o facto de Nuno Félix não ter uma ou duas licenciaturas."

Tiago Brandão Rodrigues recusou ainda ter feito ingerências na actividade do secretário de Estado João Wengorovius Menezes (que se demitiu em Abril passado em ruptura com o ministro e também ontem, no Facebook, atribuiu essa ruptura a "ingerências frequentes e injustificadas" do ministro), afirmando que o mais importante é "cumprir o programa de Governo".

"Não tenho nenhum tipo de ingerência no trabalho dos outros governantes, nem com os que trabalham comigo. No entanto, eu sou ministro da Educação," afirmou, 
dizendo-se ainda "absolutamente sereno, tranquilo" com esta situação.

"Havia um facto real: um despacho de nomeação conter inverdades, que é condenável. Houve consequências, que foi haver a demissão do chefe de gabinete," afirmou na mesma entrevista.
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