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KKR lança OPA potestativa sobre 2,36% do capital da Greenvolt que ficou por comprar

O anúncio já era esperado depois de os norte-americanos não terem conseguido ficar com 100% das ações da energética portuguesa durante a oferta pública de aquisição voluntária.

A empresa liderada por Manso Neto tinha anunciado um financiamento através de um empréstimo sindicado de 350 milhões de euros. Agora eleva o valor para 400 milhões.
Pedro Catarino
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Os norte-americanos da Kohlberg Kravis Roberts (KKR) lançaram uma oferta pública de aquisição (OPA) potestativa para comprar o restante capital que ainda não detêm da Greenvolt. O anúncio, feito esta terça-feira à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), já era esperado e é o passo que falta para retirar a empresa de bolsa.

"Os valores mobiliários objeto da aquisição potestativa ("ações-alvo") correspondem às 3.845.068 (três milhões, oitocentas e quarenta e cinco mil e sessenta e oito) ações, representativas de 2,36% do capital social da sociedade visada, cujos direitos de voto não são imputáveis a uma afiliada KKR", indica o comunicado da operação. A contrapartida oferecida nesta nova operação é de 8,3107 euros, tal como no caso da anterior.

A OPA potestativa segue-se a uma OPA voluntária que esteve a decorrer até ao final do mês passado e na qual o fundo norte-americano conseguiu ficar com 97,64% do capital da Greenvolt. Apesar de não ter conseguido o total, a KKR ganhou margem para lançar agora esta OPA potestativa pela restante posição que ainda não detém e tirar a empresa liderada por João Manso Neto da bolsa. Aliás, face à intenção já expressa, a Greenvolt foi despromovida do principal índice da bolsa de Lisboa, tendo passado a negociar no PSI Geral.

"A aquisição potestativa pela Lux Aggregator das Ações-Alvo implica, nos termos do disposto no n.º 4 do artigo 195.º do Cód. VM, a exclusão das ações do mercado regulamentado Euronext Lisbon, com efeitos imediatos", reafirma a KKR no comunicado desta terça-feira.

A aquisição da Greenvolt pelo fundo decorre há quase um ano. Foi a 21 de dezembro de 2023 que o fundo de investimento em infraestruturas Gamma Lux, gerido pela KKR, lançou formalmente a OPA, então com uma contrapartida de 8,30 euros por ação. Por essa altura já os norte-americanos tinham assinado sete contratos com acionistas de referência para comprar uma participação total de 60,86% – uma transação que ficou concluída mais tarde, após as aprovações regulatórias.

Além disso, contrataram o Mediobanca para, através de um "total return equity swap", adquirir no mercado até 19,9% das ações da Greenvolt. Por último, a mudança na estrutura acionista da companhia abriu ainda a porta à conversão, em ações, de 200 milhões de euros que a KKR detinha em obrigações da Greenvolt.

Acabaram por ser emitidas mais de 24 milhões de novas ações, a um preço de conversão de 8,3107 euros – o que estava 1,3% acima da contrapartida da OPA e levou a CMVM a obrigar a KKR a subir o valor oferecido. Assim, quando o supervisor aprovou o registo da operação, a KKR já detinha de forma direta e indireta 85,42% dos direitos de voto na Greenvolt.

Ficaram apenas a faltar menos de 54,5 milhões de ações, correspondentes a quase 15% do capital da empresa portuguesa que o fundo ainda não detinha. Entre 7 e 24 de outubro, os acionistas puderam vender os seus títulos. Destas, foram comprados, em bolsa no âmbito da OPA, 19.726.276 títulos. Incluindo aquisições também fora de bolsa e feitas por participadas do grupo, o total sobe para 30.898.601.

Assim, no fim da OPA voluntária, a KKR passou a deter 159.389.340 ações da Greenvolt, correspondentes a 97,64% do capital. As restantes menos de 3,85 milhões de ações vão agora ser compradas na OPA potestativa, seguindo-se a retirada de bolsa.

(Notícia atualizada às 19:40)

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