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Vital Moreira assegura que foi Sócrates quem escreveu “A Confiança no Mundo”

O constitucionalista considera uma “infâmia” a notícia que avançava não ter sido José Sócrates a escrever o livro que resultou da sua tese de mestrado. Vital garante ter recebido vários 'drafts' "de cada capítulo" e acrescenta que Sócrates “dominava” o tema.

Miguel Baltazar
Negócios 30 de Março de 2015 às 13:42
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O professor de Direito Constitucional Vital Moreira garante que foi o ex-primeiro-ministro, José Sócrates, o autor do livro "A Confiança no Mundo". A garantia foi deixada este fim-de-semana no blogue Causa Nossa, onde Vital Moreira assegura que Sócrates lhe "enviou sucessivamente o ‘draft’ de cada capítulo, tendo eu feito algumas observações e sugestões pontuais (incluindo bibliografia)".

 

O constitucionalista elucida que as sugestões dadas a José Sócrates foram "sobretudo quanto aos aspectos constitucionais e afins do tema, que o autor em geral acolheu, mas nem sempre".

 

Vital Moreira, convidado pelo então primeiro-ministro para liderar a lista socialista nas eleições para o Parlamento Europeu em 2009, onde esteve até ao ano passado enquanto eurodeputado, garante que a notícia, inicialmente veiculada pelo jornal Sol, que avançava ter sido um professor universitário a escrever o livro resultante da tese de mestrado de Sócrates, é uma "infâmia".

 

Numa narrativa próxima àquela adoptada quer por Sócrates, quer pelos seus representantes legais, João Araújo e Pedro Delille, Vital Moreira também acusa a investigação de recorrer a notícias falsas por não ter provas concretas para acusar o antigo líder dos socialistas.

 

Para Vital, a investigação recorre a um "tabloidismo militante" sem "limites nem escrúpulos" ao executar uma "campanha de condenação preventiva de José Sócrates antes sequer de qualquer acusação, espezinhando todas as normas deontológicas do jornalismo e a integridade moral das pessoas".

"Nada disto [envio da tese para críticas e observações de outras pessoas] – que é normal numa tese académica – é compatível com a tese de um trabalho apócrifo. Há limites para a infâmia", atira Vital Moreira que resume:

 

"Se, com a prestimosa cooperação da imprensa, a acusação continua a recorrer a estes golpes baixos para uma continuada operação de ‘assassínio de carácter’ de Sócrates, é porque falta ‘corpo de delito’ para sustentar a acusação pelos crimes que lhe são imputados, passados todos estes meses de investigação".

 

O antigo deputado constituinte pelo PCP pretende desmontar as notícias que colocam em causa a veracidade sobre a real autoria do livro "A Confiança no Mundo" e conta ter tido a "oportunidade de conversar ocasionalmente com [Sócrates] sobre alguns temas da tese, sendo óbvio o seu domínio e à vontade na matéria".

 

"Sei também, por me ter sido dito por ele, que submetia o seu trabalho a outras pessoas, que igualmente contribuíam com críticas e observações, a quem agradeceu depois no prefácio do livro, como é de regra", sublinha o constitucionalista. 

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