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Tancos: Ministro da Defesa ouvido sexta-feira no parlamento

O ministro da Defesa, Azeredo Lopes, será ouvido sexta-feira à tarde no parlamento sobre o assalto ao depósito de armas de Tancos, disse à agência Lusa o deputado Marco António Costa, presidente da respectiva comissão parlamentar.

Azeredo Lopes - Defesa Nacional: O portuense que lidera a pasta da Defesa não é recordado espontaneamente por quase ninguém (0,1%), apesar de se ter destacado já antes, entre 2006 e 2011, na presidência da Entidade Reguladora para a Comunicação Social e, desde a eleição de Rui Moreira, como chefe de gabinete do presidente da Câmara do Porto. É por uma décima que José Alberto Azeredo Lopes, professor de Direito Internacional da Universidade Católica, surge com mais avaliações positivas (0,4) do que negativas (0,3).
Marta Poppe
04 de Julho de 2017 às 22:34
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A comissão parlamentar de Defesa aprovou hoje as audições do ministro Azeredo Lopes e do chefe do Estado-Maior do Exército, general Rovisco Duarte, para que prestem esclarecimentos urgentes sobre o furto de armamento em Tancos.

 

As audições, requeridas pelo PSD e pelo CDS-PP, foram aprovadas por consenso entre todas as bancadas na reunião da comissão, devendo ser ouvido em primeiro lugar o general Rovisco Duarte, na quinta-feira, e só depois o ministro da Defesa, José Azeredo Lopes.

 

Os deputados coincidiram em classificar como "muito grave" o furto de material de guerra, em Tancos, detetado na passada quarta-feira, afirmando esperar que as audições possam realizar-se ainda na presente semana.

 

A audição ao ministro da Defesa deverá decorrer à porta aberta, mantendo-se a possibilidade de fechar a reunião à comunicação social se surgir algum motivo que o justifique.

 

Na reunião, o deputado do PSD Bruno Vitorino considerou que o furto nas instalações militares de Tancos é uma situação "sem paralelo" que afecta a credibilidade do país e que configura uma tipologia de crime "muito complexa com consequências inimagináveis".

 

Bruno Vitorino assinalou que "há dúvidas do ponto de vista político", considerando que o ministro "não desconhecia" a situação de fragilidade "já identificada na defesa dos Paióis" de Tancos.

 

O deputado criticou duramente o ministro da Defesa afirmando que "a cada dia que passa há mais dúvidas e os esclarecimentos são nenhuns".

 

A ausência de uma informação oficial sobre o furto de Tancos, Santarém, por parte do Governo ao parlamento, foi também notada pelo presidente da comissão, o social-democrata Marco António Costa, que no final disse que só não informou os deputados da comissão do ocorrido porque soube do caso pela comunicação social.

 

O furto foi também classificado como um caso de "enorme gravidade" pelo PS. O deputado socialista José Miguel Medeiros disse que a situação exige "todas as explicações, o apuramento de tudo o que se passou e a garantia de que foram tomadas todas as medidas necessárias para que não se volte a repetir".

 

Sugerindo que a audição do general Rovisco Duarte fosse realizada em primeiro lugar - sugestão acolhida por todos os grupos parlamentares - Miguel Medeiros defendeu que as audições devem ocorrer "esta semana". "Esta é a prioridade do país", disse.

 

Para o BE, a situação "é gravíssima" e implica que devem ser apuradas todas as responsabilidades "custe o que custar e doa a quem doer", frisou o deputado João Vasconcelos, que apontou já algumas ilações. "O Estado chegou a uma situação muito difícil que levou a uma decapitação dos serviços públicos, a uma decapitação das Forças Armadas pelo anterior governo", sustentou.

 

Do lado do PCP, o deputado António Filipe defendeu que a gravidade do furto demonstra "o estado de degradação a que as Forças Armadas foram conduzidas". "É preciso apurar tudo o que for possível apurar e refletir sobre a situação de pauperização a que chegaram as Forças Armadas", defendeu, acrescentando que é preciso "refletir sobre as medidas a tomar para que situações enxovalhantes como esta não aconteçam".

 

O Exército divulgou quinta-feira passada o furto de material de guerra de dois paiolins dos Paióis Nacionais de Tancos, Santarém.

 

Na sexta-feira, o Exército acrescentou que entre o material de guerra roubado na quarta-feira dos Paióis Nacionais de Tancos estão "granadas foguete anticarro", granadas de gás lacrimogéneo e explosivos, mas não divulgou quantidades.

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