Notícia
Marcelo foi a Tancos "apoiar investigação"
O Presidente da República foi parco em declarações no final de uma reunião de quase duas horas com as chefias militares em Tancos. Disse que o encontro foi "útil em termos informativos" e referiu por várias vezes a necessidade de apoiar a investigação.
O Presidente da República justificou a sua presença nas instalações do Exército em Tancos, onde esta tarde esteve durante duas horas, com a necessidade de apoiar a investigação sobre o roubo de material militar na semana passada.
Numa curta declaração aos jornalistas no final da deslocação, Marcelo Rebelo de Sousa disse ter pretendido "saudar a investigação em curso, os passos dados, exprimir o apoio ao que tem sido feito em termos de investigação," sublinhando que "não queria deixar de dar apoio a essa investigação."
Acompanhado do ministro da Defesa, Azeredo Lopes, o Presidente disse que a deslocação – que incluiu uma reunião com chefias militares – foi "útil em termos informativos."
A visita de Marcelo e Azeredo, que iniciou às 16:00, surge horas depois de a Procuradoria-Geral da República ter aberto uma investigação ao roubo de material militar, por suspeita de terrorismo e tráfico de armas internacional e um dia depois de a líder do CDS, Assunção Cristas, ter reclamado a António Costa que demitisse não apenas Azeredo Lopes mas também a ministra da Administração Interna, neste caso a propósito da actuação do Estado nos incêndios no Centro do país.
O Presidente da República tinha insistido esta manhã em Castanheira de Pera que "tem de se apurar tudo, de alto a baixo, até ao fim, doa a quem doer. (...) O que se exige neste caso é "uma investigação total, integral", não "deixando ninguém imune," vincou, citado pela Lusa.
O Exército anunciou na quinta-feira que tinha sido detectada na véspera, ao final do dia, a violação dos perímetros de segurança dos Paióis Nacionais de Tancos e o arrombamento de dois 'paiolins' – instalações há dois anos sem sistema de videovigilância -, que resultou no roubo de materia militar como granadas foguete anticarro, gás lacrimogéneo e explosivos.
Entretanto o chefe do Estado-Maior do Exército, Rovisco Duarte, exonerou cinco comandantes de unidades do ramo para não interferirem com os processos de averiguações em curso. O ministro da Defesa, José Alberto Azeredo Lopes, admitiu a "responsabilidade política" pelo sucedido e ainda ontem o seu colega de Governo, o ministro dos Negócios Estrangeiros Augusto Santos Silva, classificou o roubo de "muito grave."