Notícia
Tancos: Oficiais na reserva e na reforma cancelam protesto
O protesto simbólico organizado por oficiais do Exército na reserva e na reforma contra o afastamento temporário de cinco comandantes foi desconvocado, confirmou a Lusa.
04 de Julho de 2017 às 18:59
Fonte ligada à organização deste protesto confirmou que a iniciativa foi desconvocada. O protesto visava manifestar solidariedade com os cinco comandantes afastados temporariamente na sequência das averiguações internas ao furto de material de guerra, em Tancos, Santarém.
Os oficiais previam concentrar-se pelas 11:30 junto ao Monumento Nacional aos Combatentes do Ultramar, Museu do Combatente, em Belém, e seguir para o Palácio de Belém, onde iriam depor as espadas.
O gesto de entregar a espada "simboliza a perda do comando", assinalou à Lusa o coronel na reforma Tinoco de Faria, um dos promotores da iniciativa: "Entregamos a nossa espada, em solidariedade com aqueles que, sem responsabilidade nenhuma, o perderam", afirmou, segunda-feira.
Hoje, a Associação de Oficiais das Forças Armadas (AOFA) demarcou-se deste protesto. Em declarações à Lusa, o presidente da AOFA, coronel António Mota considerou que o afastamento dos cinco comandantes de unidade "é um ato de comando" do Chefe do Estado-Maior do Exército, independentemente de se concordar com a decisão.
"O CEME utilizou essa prerrogativa que só a ele lhe cabe. Antes nomeou-os e agora exonerou-os temporariamente. Isto é um ato de comando, independentemente de nós concordarmos ou não é um assunto interno do Exército e que não está no âmbito da associação", explicou.
Na sua página na rede social Facebook, o comandante das Forças Terrestres, António de Faria Menezes, também desencorajou à participação no protesto, ao afirmar, numa publicação colocada segunda-feira à noite, que "ser soldado não é arrastar espadas nem condecorações".
"As Forças Armadas e o Exército que sirvo assentam na disciplina. O tempo que vivemos exige sentido de estado, serenidade e responsabilidade aos militares do activo, reserva ou reforma, todos eles dignos e relevantes no apoio do todo que é Portugal", afirmou o tenente-general Faria Menezes.
"Vivemos num Estado de Direito e as instituições funcionam. Respeitemos os portugueses e sejamos, como sempre, exemplo", acrescentou.
O presidente da comissão de Defesa Nacional, Marco António Costa, também apelou hoje à "contenção", apesar de compreender o sentimento "de alguma apreensão e até revolta" de "alguns senhores oficiais".
"Compreendo que haja da parte de muitos senhores oficiais das Forças Armadas um sentimento de alguma apreensão e até revolta. Os acontecimentos têm-se sucedido sem uma explicação lógica entre si, mas o parlamento contribui sempre de forma serena e responsável para a manutenção de uma ordem institucional absolutamente impecável", afirmou.
O Exército divulgou quinta-feira que dois paiolins dos Paióis Nacionais de Tancos foram assaltados, registando o furto de armamento de guerra. A comissão de Defesa Nacional aprovou hoje as audições parlamentares do ministro da Defesa e do chefe do Estado-Maior do Exército, que não tem ainda data marcada, mas que os deputados querem que se realizem ainda esta semana.
(Notícia actualizada às 19:19 com mais informação)
Os oficiais previam concentrar-se pelas 11:30 junto ao Monumento Nacional aos Combatentes do Ultramar, Museu do Combatente, em Belém, e seguir para o Palácio de Belém, onde iriam depor as espadas.
Hoje, a Associação de Oficiais das Forças Armadas (AOFA) demarcou-se deste protesto. Em declarações à Lusa, o presidente da AOFA, coronel António Mota considerou que o afastamento dos cinco comandantes de unidade "é um ato de comando" do Chefe do Estado-Maior do Exército, independentemente de se concordar com a decisão.
"O CEME utilizou essa prerrogativa que só a ele lhe cabe. Antes nomeou-os e agora exonerou-os temporariamente. Isto é um ato de comando, independentemente de nós concordarmos ou não é um assunto interno do Exército e que não está no âmbito da associação", explicou.
Na sua página na rede social Facebook, o comandante das Forças Terrestres, António de Faria Menezes, também desencorajou à participação no protesto, ao afirmar, numa publicação colocada segunda-feira à noite, que "ser soldado não é arrastar espadas nem condecorações".
"As Forças Armadas e o Exército que sirvo assentam na disciplina. O tempo que vivemos exige sentido de estado, serenidade e responsabilidade aos militares do activo, reserva ou reforma, todos eles dignos e relevantes no apoio do todo que é Portugal", afirmou o tenente-general Faria Menezes.
"Vivemos num Estado de Direito e as instituições funcionam. Respeitemos os portugueses e sejamos, como sempre, exemplo", acrescentou.
O presidente da comissão de Defesa Nacional, Marco António Costa, também apelou hoje à "contenção", apesar de compreender o sentimento "de alguma apreensão e até revolta" de "alguns senhores oficiais".
"Compreendo que haja da parte de muitos senhores oficiais das Forças Armadas um sentimento de alguma apreensão e até revolta. Os acontecimentos têm-se sucedido sem uma explicação lógica entre si, mas o parlamento contribui sempre de forma serena e responsável para a manutenção de uma ordem institucional absolutamente impecável", afirmou.
O Exército divulgou quinta-feira que dois paiolins dos Paióis Nacionais de Tancos foram assaltados, registando o furto de armamento de guerra. A comissão de Defesa Nacional aprovou hoje as audições parlamentares do ministro da Defesa e do chefe do Estado-Maior do Exército, que não tem ainda data marcada, mas que os deputados querem que se realizem ainda esta semana.
(Notícia actualizada às 19:19 com mais informação)