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Paulo Portas: "O PS dispõe-se a causar o maior buraco de sempre na Segurança Social"

No debate sobre o Programa de Estabilidade o vice-primeiro ministro falou das propostas apresentadas pelo PS. Um sinal de fraqueza, respondeu Ferro Rodrigues: "Os senhores estão na defensiva", atirou o líder da bancada socialista.

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22 de Abril de 2015 às 19:33
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O debate servia para discutir o Programa de Estabilidade que inclui a políticas e projecções macroeconómicas do Governo até 2019, mas acabou por ficar marcado pela discussão em torno das propostas do PS desta semana. O Governo acusou os socialistas de defenderem um caminho que trará a troika de volta a Portugal, e de se aventurar em experimentalismos na Segurança Social. O PS atacou com o falhanço das políticas dos últimos quatro anos, e diz que o PSD e CDS querem continuar por um caminho que só se preocupa com o défice orçamental e despreza muitos outros défices excessivos, com destaque para o desemprego.

 

Paulo Portas, que falou já no final do debate, criticou várias medidas apresentadas esta semana pelo grupo de 12 economistas do PS, desde o imposto sucessório, ao regresso a regimes de apoios sociais do passado, passando pela travagem na redução do IRC que está, no entender do também líder do CDS, a justificar o aumento do investimento no país. Mas a critica mais dura foi para as medidas de redução das contribuições para a segurança social (TSU), mesmo apesar de no passado o Governo ter proposto ideias semelhantes.

 

"O PS dispõe-se a causar o maior buraco de sempre na Segurança Social e na CGA", com "experimentalismos de reduções agressiva sistemáticas no trabalho e no capital que põe em risco a sustentabilidade das actuais pensões", afirmou.

 

"O PS dispõe-se a aumentar de novo o défice, a desprezar outra vez a dívida e volta a acreditar que o crescimento se faz pelo investimento público e consumo" afirmou Paulo Portas, para quem a estratégia apresentada esta semana pelo grupo de peritos do PS se "entrega à despesa garantida e a receitas eventuais", sendo "demasiado parecida com a que levou à tragédia de 2011". Como não desconfiar do plano do PS?", perguntou.

 

"Em abono do PS há uma certa coerência no erro", afirmou, concretizando: "à troika nos levaram uma vez e, se vos dessem mandato, à troika nos levariam uma segunda vez", afirmou.

 

Paulo Portas atirou ainda uma farpa final aos socialistas, em forma de elogio, por finalmente aderirem "à tese de que não possível reposições completas de uma só vez em certas áreas da despesa" – numa alusão aos salários dos funcionários públicos – notando que o PS assim se "desvia da leitura muito excessiva que fez das decisões do Tribunal Constitucional".

 

PS agradece as críticas

 

Ferro Rodrigues, o líder da bancada socialista, respondeu lendo nas palavras de Paulo Portas um sinal de fraqueza e de incapacidade do Executivo para defender as propostas que inclui no Programa de Estabilidade.

 

Estarem a falar de 2011 "é um sinal enorme de fraqueza"; os "senhores estão na defensiva" afirmou, agradecendo a Paulo Portas: "O senhor veio não para defender o Governo, mas para atacar o PS. Muito obrigado por ter vindo cá fazer-nos esse favor", atirou o líder da banca do PS, que considera que "estamos numa situação de emergência em termos de desemprego, emigração e investimento". "O PS tem um modelo, o governo não tem modelo absolutamente nenhum".

 

As propostas socialistas já tinham antes sido defendidas por Vieira da Silva, um dos membros do grupo de trabalho do PS, que teceu as críticas mais fortes à estratégia de um Governo "que não sabe lidar de forma equilibrada com todos os défices excessivos" do País: "Um défice de desemprego com 11% não pode ser compatível com um excedente orçamental" em 2019, o que desafia até princípios de humanismo, disse numa intervenção no plenário.

 

O deputado socialista considerou que as bancadas da maioria "fugiram da discussão do documento que está aqui em discussão [o Programa de Estabilidade], o que diz muito acerca da falta de credibilidade do programa" e, no seu entender, contrasta com "um exercício sério, de um conjunto de economistas maioritariamente não membros do PS".

 

Defendendo o trabalho que servirá de base ao programa económico que intrigará o programa eleitoral a apresentar a 6 de Junho, Vieira da Silva diz que "todas as medidas vão no sentido de criar melhores condições para a criação de emprego (...) através de estímulos às famílias e às empresas para recuperar a economia portuguesa" e não seguem uma estratégia "com base em projecções e políticas como as que foram feitas pelo Governo em 2011 e que vão inevitavelmente falhar", com os resultados hoje conhecidos muito piores que os antecipados na altura.

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