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Passos Coelho surpreendido com ausência de demissões após roubo de Tancos

O presidente do PSD, Pedro Passos Coelho, mostrou-se hoje surpreendido por ainda ninguém na hierarquia militar ter apresentado a demissão ou ter sido exonerado na sequência do roubo de material de guerra em Tancos, Santarém.

O líder do PSD não pareceu estar disposto a aceitar uma solução que passe pela manutenção do actual Governo em gestão
O presidente do PSD diz-se "espantando" por ainda não ter havido pedidos de demissão após o roubo de material militar em Tancos. Miguel Baltazar/Negócios
01 de Julho de 2017 às 18:10
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"Fico espantado por até hoje na própria hierarquia militar não ter havido ninguém que tivesse sido exonerado ou colocado o lugar à disposição no caso do roubo de material de guerra, em Tancos, e temos um ministro da Defesa que assume a responsabilidade política, sem que ninguém saiba associar isso a qualquer acção", afirmou Pedro Passos Coelho, presidente do PSD.

 

"Era importante que o país soubesse o que é que isto quer dizer, que acções é que foram tomadas", disse.

 

O líder social-democrata, que falava na sessão de encerramento da Convenção Autarquia do PSD, que decorreu em Freixo de Espada à Cinta, no distrito de Bragança, quer saber que acções foram tomadas, referindo que compete, por lei, à Procuradoria-Geral da República PGR) investigar o que se passou.

 

"Tem mesmo de ser a PGR a fazer a investigação e não pode deixar para esse efeito de contar com a cooperação da Polícia Judiciária, que tem, de resto, uma unidade de combate ao terrorismo e ao crime organizado, que é justamente quem pode acrescentar alguma coisa significativa em termos de investigação", enfatizou.

 

Segundo Passos Coelho, o que está em causa é material de guerra "que pode ser empregue por forças militares ou utilizado por terroristas".

 

"O que se vier a passar na Europa ou em Portugal nos próximos tempos pode ser condicionado por falhas de segurança graves como esta que aconteceu. Isto é uma situação grave, que não é para desdramatizar", indicou o líder do PSD.

 

Para Passos Coelho, era bom que estes assuntos de Estado fossem tratados com "sentido de responsabilidade". 

 

Segundo o chefe do Estado-Maior do Exército, General Rovisco Duarte, "estes roubos podem acontecer em qualquer país e em qualquer Exército, desde que haja vontades e capacidades".

 

O Exército revelou na sexta-feira que entre o material de guerra roubado na quarta-feira dos Paióis Nacionais de Tancos estão "granadas foguete anticarro", granadas de gás lacrimogéneo e explosivos, mas não divulgou quantidades.

 

Rovisco Duarte sublinhou que o material de guerra roubado foi seleccionado por quem tinha "conhecimento do conteúdo dos paióis".

 

Face ao incidente, a segurança foi reforçada nos paióis com "o aumento de efectivos" e com "patrulhas mais robustas", assinalou, referindo que "não se permite ajuizar" sobre a falta de funcionamento do sistema de videovigilância do quartel, parado há dois anos.

 

O chefe do Estado-Maior do Exército frisou que os planos de segurança e vigilância foram cumpridos.

 

O ministro da Defesa assumiu hoje a "responsabilidade política" pelo roubo em Tancos, depois de os partidos políticos terem criticado o sucedido, com o CDS-PP a exigir a audição parlamentar de Azeredo Lopes e o PSD a pedir também para ser ouvido o general Rovisco Duarte.

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