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Dois dias após roubo, Governo autoriza concurso para reconstruir vedação de Tancos

O Diário da República desta sexta-feira traz a "prévia concordância" do ministro da Defesa para que se inicie o concurso para reconstrução da vedação dos Paióis Nacionais de Tancos, de onde na quarta-feira desapareceram 120 granadas ofensivas e 1.500 munições.

Ricardo Ponte
30 de Junho de 2017 às 10:13
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Dois dias depois de ter sido detectado o desaparecimento de material militar em Tancos por "violação dos perímetros de segurança" - facto que o ministro da Defesa considerou "grave" -, o Governo fez publicar esta sexta-feira, 30 de Junho, em Diário da República, a "prévia concordância" para o lançamento da empreitada de obras públicas para a reconstrução da vedação dos Paióis Nacionais de Tancos.

A obra, no valor de 316 mil euros (a que acresce o IVA), é anunciada 25 dias depois da sua autorização pelo Executivo, já que a assinatura de José Alberto de Azeredo Ferreira Lopes, o ministro da Defesa, está datada de 5 de Junho passado. 

Em causa está a empreitada PM 001/VNBarquinha, designada "Reconstrução da Vedação Periférica Exterior no Perímetro Norte, Sul e Este dos Paióis Nacionais de Tancos". No despacho 5717/2017 consta que, pelo facto de o valor superar os 299.278,74 euros "relativas a Construções e Grandes Reparações," a intervenção teve de ser objecto de "prévia concordância" do ministro.

Um dos argumentos utilizados no despacho para justificar o investimento nesta infra-estrutura é a "economia de meios" que leva a aproveitar "ao máximo" as infra-estruturas "que se mostrarem mais adequadas para concentrar "funções logísticas", com vista ao redimensionamento do dispositivo territorial.

Este é o mesmo local onde, soube-se ontem, foi detectada esta quarta-feira "ao final do dia a violação dos perímetros de segurança dos Paióis Nacionais de Tancos, à qual se associa o arrombamento de dois paiolins," lia-se num comunicado do Exército.

Na sequência da intrusão, o Exército deu pelo desaparecimento de material de guerra - 44 lança-granadas, quatro engenhos explosivos "prontos a detonar", 120 granadas ofensivas e 1.500 munições de calibre 9 mm e 20 granadas de gás lacrimogéneo, de acordo com a edição do Diário de Notícias desta sexta-feira.

"Evidentemente é um facto grave, não vale a pena estar a desvalorizar esse facto. É sempre grave quando instalações militares são objecto de acção criminosa tendente ao furto justamente de material militar", para mais quando "não foi roubada uma pistola, não foram roubadas duas, foram roubadas granadas", disse ontem, citado pela Lusa, o ministro Azeredo Lopes.

De acordo com este jornal, o sistema de videovigilância está avariado há dois anos - o despacho hoje publicado em DR é omisso sobre se este concurso de vedação inclui de alguma forma a reparação deste sistema -  e a rede que circunda os paióis foi cortada, permitindo a entrada na zona militar entre 400 a 600 metros, até ao paiol.

"Os incidnta da ocorrência e iniciou averiguações, tendo já sido informado o Ministério Público e a Polícia Juentes foram detectados por uma ronda móvel, elemento do sistema de segurança dos Paióis," lê-se na nota de ontem do Exército, que acrescentava que a Polícia Judiciária Militar "foi chamada ao local, tomou codiciária".

O Negócios contactou o Ministério da Defesa, mas ainda não obteve resposta.
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