Notícia
Jornal espanhol divulga lista de material roubado em Tancos
1.450 munições de 9 milímetros, 18 granadas de gás lacrimogéneo, 150 granadas de mão ofensivas, 44 granadas foguete anti-carro estão entre os materiais roubados das instalações militares na passada quarta-feira.
02 de Julho de 2017 às 20:50
Segundo aquela publicação, que transcreve informação que foi enviada de Lisboa às forças anti-terroristas espanholas, saíram das instalações em Tancos 1.450 munições de 9 milímetros, 18 granadas de gás lacrimogéneo, 150 granadas de mão ofensivas, 44 granadas foguete anti-carro, além de 22 bobinas de fio utilizado para activação por tracção, 102 unidades de carga explosiva e 264 unidades de explosivo plástico.
A lista divulgada hoje pelo jornal El Español:
- 1.450 cartuchos de 9 mm
- 22 bobinas de fio para ativação por tração
- Um disparador de descompressão
- 24 disparadores de tração lateral multidimensional inerte
- Seis granadas de mão de gás lacrimogéneo CS / MOD M7
- 10 granadas de mão de gás lacrimogéneo CM Anti-motim M / 968
- Duas granadas de mão de gás lacrimogéneo Triplex CS
- 90 granadas de mão ofensivas M321
- 30 granadas de mão ofensivas M962
- 30 granadas de mão ofensivas M321
- 44 granadas foguete antitanque carro 66 mm com espoleta M4112A1 com lançamento M72A3 --M/986 LAW
- 264 unidades de explosivo plástico PE4A
- 30 CCD10 (Carga de corte)
- 57 CCD20 (Carga de corte)
- 15 CCD30 (Carga de corte)
- 60 iniciadores IKS
- 30,5 lâminas KSL (Lâmina explosiva)
O Exército anunciou na quinta-feira que foi detectada na quarta-feira, ao final do dia, a violação dos perímetros de segurança dos Paióis Nacionais de Tancos e o arrombamento de dois 'paiolins', tendo desaparecido granadas de mão ofensivas e munições de calibre nove milímetros.
Na sexta-feira, o Exército acrescentou que entre o material de guerra roubado na quarta-feira dos Paióis Nacionais de Tancos estão "granadas foguete anticarro", granadas de gás lacrimogéneo e explosivos, mas não divulgou quantidades.
Em declarações à SIC, o chefe do Estado-Maior do Exército, reconheceu que quem roubou o material de guerra do quartel de Tancos tinha "conhecimento do conteúdo dos paióis" e admitiu a possibilidade de fuga de informação.
No sábado, o Exército anunciou que foram reforçadas as medidas de segurança nos Paióis Nacionais de Tancos e determinadas inspecções a estes paióis e aos de Santa Margarida.
Em comunicado, o Exército referiu ainda que serão instaurados vários processos de averiguações e instaurado o sistema de vigilância electrónica ainda em 2017.
Estas medidas acrescem às exonerações anunciadas pelo chefe do Estado-Maior do Exército (CEME), Rovisco Duarte, de cinco comandantes de unidades do ramo para não interferirem com os processos de averiguações sobre o furto de material de guerra em Tancos.
Os militares exonerados são o comandante da Unidade de Apoio da Brigada de Reacção Rápida, tenente-coronel Correia, o comandante do Regimento de Infantaria 15, coronel Ferreira Duarte, o comandante do Regimento de Paraquedistas, coronel Hilário Peixeiro, o comandante do Regimento de Engenharia 1, coronel Paulo Almeida, e o comandante da Unidade de Apoio de Material do Exército, coronel Amorim Ribeiro.
O general Rovisco Duarte confirmou ainda a relação do armamento roubado noticiada pelo Diário de Notícias, 44 lança-granadas, quatro engenhos explosivos, 120 granadas de mão e 1.500 munições de nove milímetros, e adiantou que o furto terá ocorrido "noite/madrugada" entre duas rondas.
O general reiterou que "pessoalmente" admite a possibilidade de ter havido fuga de informação face às "evidências" conhecidas, frisando que foram escolhidos dois paióis específicos em 20 e não eram os que estavam mais próximos da entrada.
Além da investigação conduzida pela Polícia Judiciária Militar e pela Polícia Judiciária, vai decorrer um inquérito no Exército para apuramento de eventuais responsabilidades, disse.