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Roubo de Tancos: Chefe do Exército demite cinco comandantes

O chefe do Estado-Maior do Exército, Rovisco Duarte, anunciou hoje que demitiu cinco comandantes de unidades do ramo para não interferirem com os processos de averiguações sobre o furto de material de guerra em Tancos.

O furto de material de guerra em Tancos levou o Chefe do Estado Maior do Exército a exonerar cinco comandantes de unidades do ramo. Bruno Simão/Negócios
01 de Julho de 2017 às 20:41
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"Não quero que haja entraves às averiguações e decidi exonerar os cinco comandantes das unidades que de alguma forma estão relacionadas com estes processos", anunciou Rovisco Duarte, em declarações à RTP.

Os militares exonerados são o comandante da Unidade de Apoio da Brigada de Reação Rápida, tenente-coronel Correia, o comandante do Regimento de Infantaria 15, coronel Ferreira Duarte, o comandante do Regimento de Paraquedistas, coronel Hilário Peixeiro, o comandante do Regimento de Engenharia 1, coronel Paulo Almeida, e o comandante da Unidade de Apoio de Material do Exército, coronel Amorim Ribeiro.

O general Rovisco Duarte adiantou que determinou três processos de averiguações à segurança dos Paióis Nacionais de Tancos, a realizar pela Inspeção-Geral do Exército, no que respeita à armazenagem, à questão da intrusão, envolvendo todas as unidades, e ao sistema de vigilância.

Estas decisões foram tomadas na sequência de um primeiro relatório-síntese que lhe foi apresentado hoje à tarde, adiantou.

Questionado sobre se ponderou demitir-se, Rovisco Duarte recusou essa possibilidade: "Quando se coloca problemas de demissão, não me passa minimamente pela cabeça", afirmou.

O responsável sublinhou que, em conjunto com outros oficiais generais do Comando do Exército, tomou "medidas concretas para implementar sistemas de vigilância e de controlo".

Rovisco Duarte admitiu desconforto pelo ocorrido, tanto mais que o Exército foi atingido "no orgulho e prestígio", considerando que foi "particularmente ingrato" porque tem vindo "pessoalmente a fazer um esforço para a vigilância e segurança das unidades".

O responsável confirmou a relação do armamento roubado noticiada pelo DN, 44 lança-granadas, quatro engenhos explosivos, 120 granadas de mão e 1.500 munições de nove milímetros, e adiantou que o furto terá ocorrido "noite/madrugada" entre duas rondas.

O general reiterou que "pessoalmente" admite a possibilidade de ter havido fuga de informação face às "evidências" conhecidas, frisando que foram escolhidos dois paióis específicos em 20 e não eram os que estavam mais próximos da entrada.

Rovisco Duarte disse ainda que irá alterar o sistema de rondas.

O Exército anunciou na quinta-feira que foi detetada na quarta-feira, ao final do dia, a violação dos perímetros de segurança dos Paióis Nacionais de Tancos e o arrombamento de dois 'paiolins', tendo desaparecido granadas de mão ofensivas e munições de calibre nove milímetros.

Na sexta-feira, o Exército acrescentou que entre o material de guerra roubado na quarta-feira dos Paióis Nacionais de Tancos estão "granadas foguete anticarro", granadas de gás lacrimogéneo e explosivos, mas não divulgou quantidades.

Em declarações hoje à SIC, o chefe do Estado-Maior do Exército, reconheceu que quem roubou o material de guerra do quartel de Tancos tinha "conhecimento do conteúdo dos paióis" e admitiu a possibilidade de fuga de informação.

Além da investigação conduzida pela Polícia Judiciária Militar e pela Polícia Judiciária, vai decorrer um inquérito no Exército para apuramento de eventuais responsabilidades, disse.

(Notícia actualizada às 12:06 de 2 de Julho)

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