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Confrontos com nacionalistas levam Virgínia a decretar estado de emergência
A cidade de Charlottesville está a ser palco de confrontos entre nacionalistas brancos e manifestantes, entre os quais membros da organização Black Lives Matters, por causa da deposição de uma estátua do tempo da Confederação.
Os protestos por causa do derrube de uma estátua de um general norte-americano da Confederação degeneraram em violência e obrigaram à intervenção da polícia, levando este sábado o governador da Virgínia a decretar o estado de emergência na cidade de Charlotesville para restaurar a segurança pública.
Segundo o The New York Times, vários nacionalistas brancos envergando bandeiras da Confederação - evocando a união secessionista de estados criada na segunda metade do século XIX e defensora da escravatura - e proferindo slogans de inspiração nazi, encaminharam-se para a estátua de Robert E.Lee e envolveram-se em escaramuças com outros manifestantes, entre os quais membros do movimento afro-americano anti-racismo Black Live Matters.
Entretanto, também nas redes sociais, o presidente norte-americano Donald Trump condenou os actos de ódio e afirmou que "não há espaço para este género de violência na América" e que os cidadãos devem unir-se.
We ALL must be united & condemn all that hate stands for. There is no place for this kind of violence in America. Lets come together as one!
— Donald J. Trump (@realDonaldTrump) 12 de agosto de 2017
"Os actos e a retórica em Charlotesville nas últimas horas são inaceitáveis e têm de terminar. O direito à liberdade de expressão não é o direito à violência," escreveu o governador da Virgínia, Terry McAuliffe, no Twitter.
Os novos confrontos ocorrem horas depois de ter sido convocada a realização de uma marcha para este sábado denominada "Uni a direita", em protesto pela decisão de depor a estátua. Há mais de um ano que a cidade discute o futuro do monumento localizado em Emancipation Park, que os afro-americanos consideram evocar a época da escravatura nos EUA.
Ontem à noite, centenas de pessoas envergando tochas marcharam frente ao edifício da universidade da Virgínia gritando "Não nos substituirão" e "Os judeus não nos substituirão". Também na altura se registaram confrontos entre os nacionalistas brancos e outros manifestantes.
O mayor da cidade apelidou a marcha dos nacionalistas de "parada cobarde de ódio, racismo e intolerância.