Notícia
Centeno é candidato ao Eurogrupo
Está decidido. Portugal vai mesmo formalizar a candidatura de Mário Centeno à presidência do Eurogrupo. Deverá haver outros candidatos. A carta já foi assinada e já seguiu para Bruxelas.
Marta Moitinho Oliveira
martaoliveira@negocios.pt
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Rui Peres Jorge
rpjorge@negocios.pt
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Manuel Esteves
mesteves@negocios.pt
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David Santiago
dsantiago@negocios.pt
30 de Novembro de 2017 às 10:25
Portugal já entregou a candidatura de Mário Centeno à presidência do Eurogrupo. A decisão foi tomada e acaba de ser comunicada pelo gabinete do primeiro-ministro. O Luxemburgo, a Letónia e a Eslováquia também deverão ter apresentado candidatos, sabe o Negócios. Apesar disso, Centeno continua a ser apontado como o favorito.
"O Governo português apresentou esta manhã a candidatura do Ministro das Finanças, Mário Centeno, à presidência do Eurogrupo. A eleição terá lugar na próxima reunião do Eurogrupo, agendada para segunda-feira, dia 4 de Dezembro", lê-se no comunicado do Executivo.
Portugal tinha de enviar uma carta com a candidatura até às 11:00 desta quinta-feira, 30 de Novembro. Ontem o Governo ainda estava a ultimar contactos. As condições que o Executivo avaliava eram os apoios externos - determinantes para a hora da votação - e a capacidade de conciliar a condução da política económica e orçamental com os trabalhos de presidente do Eurogrupo, que implicam deslocações a Bruxelas.
A decisão terá sido fechada depois de alguns contactos finais. O Financial Times avançava hoje que António Costa e os chefes de Estado de Itália, França e Alemanha reuniram-se esta noite à margem da cimeira União Europeia/União Africana, na Costa do Marfim, para discutir o assunto. Já a Reuters citava esta manhã uma fonte do governo italiano que afirmava o apoio daquele país a Centeno.
Mário Centeno será o candidato apoiado pelos socialistas europeus que terão já garantido o apoio de grande parte dos governos do PPE. Relevante para assegurar este apoio é o volte-face nas negociações para a formação de governo na Alemanha, dado que a chanceler alemã Angela Merkel negoceia agora com o SPD, de Martin Schulz, o desbloqueio do actual impasse.
Se assim for, na segunda-feira Centeno poderá ser eleito o próximo presidente do Eurogrupo, para o que também pode contribuir o facto de o Partido Popular Europeu já deter as presidências da Comissão Europeia e do Conselho Europeu através de Jean-Claude Juncker e Donald Tusk, respectivamente. Ou seja, se a presidência do Eurogrupo pertencer a alguém oriundo do PSE, estaria garantido maior equilíbrio entre os dois maiores partidos europeus.
À tarde todos os candidatos saberão pelos circuitos internos do Eurogrupo quais são os seus opositores, e sexta-feira pela manhã a informação passará a ser pública. O fim-de-semana de reflexão que se segue antecederá a votação na reunião dos ministros das Finanças do euro, agendada para a tarde de segunda-feira.
O ex-ministro das Finanças holandês, Jeroen Dijsselbloem - oriundo do PSE - está de saída, porque deixou de ser o responsável das Finanças holandesas na sequência das últimas eleições na Holanda, que determinaram o afastamento dos trabalhistas do governo local.
A candidatura de Centeno ao Eurogrupo não é vista com bons olhos em Portugal por parte dos partidos à esquerda do PS, que suportam o Executivo no Parlamento, e que vêm naquele fórum um promotor da linha de austeridade na condução da política orçamental.
Os três principais desafios do próximo presidente do Eurogrupo são a reforma da união monetária, a coordenação das políticas europeias e o fim do resgate grego, além da manutenção da influência do Eurogrupo dentro da UE.
(Notícia actualizada)
"O Governo português apresentou esta manhã a candidatura do Ministro das Finanças, Mário Centeno, à presidência do Eurogrupo. A eleição terá lugar na próxima reunião do Eurogrupo, agendada para segunda-feira, dia 4 de Dezembro", lê-se no comunicado do Executivo.
A decisão terá sido fechada depois de alguns contactos finais. O Financial Times avançava hoje que António Costa e os chefes de Estado de Itália, França e Alemanha reuniram-se esta noite à margem da cimeira União Europeia/União Africana, na Costa do Marfim, para discutir o assunto. Já a Reuters citava esta manhã uma fonte do governo italiano que afirmava o apoio daquele país a Centeno.
Mário Centeno será o candidato apoiado pelos socialistas europeus que terão já garantido o apoio de grande parte dos governos do PPE. Relevante para assegurar este apoio é o volte-face nas negociações para a formação de governo na Alemanha, dado que a chanceler alemã Angela Merkel negoceia agora com o SPD, de Martin Schulz, o desbloqueio do actual impasse.
Se assim for, na segunda-feira Centeno poderá ser eleito o próximo presidente do Eurogrupo, para o que também pode contribuir o facto de o Partido Popular Europeu já deter as presidências da Comissão Europeia e do Conselho Europeu através de Jean-Claude Juncker e Donald Tusk, respectivamente. Ou seja, se a presidência do Eurogrupo pertencer a alguém oriundo do PSE, estaria garantido maior equilíbrio entre os dois maiores partidos europeus.
À tarde todos os candidatos saberão pelos circuitos internos do Eurogrupo quais são os seus opositores, e sexta-feira pela manhã a informação passará a ser pública. O fim-de-semana de reflexão que se segue antecederá a votação na reunião dos ministros das Finanças do euro, agendada para a tarde de segunda-feira.
O ex-ministro das Finanças holandês, Jeroen Dijsselbloem - oriundo do PSE - está de saída, porque deixou de ser o responsável das Finanças holandesas na sequência das últimas eleições na Holanda, que determinaram o afastamento dos trabalhistas do governo local.
A candidatura de Centeno ao Eurogrupo não é vista com bons olhos em Portugal por parte dos partidos à esquerda do PS, que suportam o Executivo no Parlamento, e que vêm naquele fórum um promotor da linha de austeridade na condução da política orçamental.
Os três principais desafios do próximo presidente do Eurogrupo são a reforma da união monetária, a coordenação das políticas europeias e o fim do resgate grego, além da manutenção da influência do Eurogrupo dentro da UE.
(Notícia actualizada)