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Carlos Tavares sobre Centeno: "Tem a competência técnica"
O ex-presidente da CMVM avalia positivamente a candidatura de Centeno, nomeadamente por poder elevar a qualidade técnica do Eurogrupo, que bem precisa, defende.
A candidatura e possível eleição de Mário Centeno para a liderança do Eurogrupo é uma notícia para a Zona Euro pela elevação técnica que Mário Centeno poderá levar para o Eurogrupo, defende Carlos Tavares, ex-presidente da CMVM.
"É uma notícia positiva, espero que corra bem", diz ao Negócios Carlos Tavares, o ex-presidente da CMVM, à margem de uma conferência sobre o futuro da economia portuguesa organizada pela CGD, colocando a questão no plano europeu: "O essencial é saber se a notícia é relevante para a Europa, e se um português pode ou não contribuir para melhorar o desempenho da Zona Euro".
O economista destaca a competência técnica do ministro das Finanças português: "Centeno tem a competência técnica e os requisitos para o cargo. Cada vez mais o Eurogrupo precisa de competência", defende.
A candidatura de Centeno foi confirmada durante a manhã de quinta-feira: "O Governo português apresentou esta manhã a candidatura do ministro das Finanças, Mário Centeno, à presidência do Eurogrupo. A eleição terá lugar na próxima reunião do Eurogrupo, agendada para segunda-feira, dia 4 de Dezembro", lê-se num comunicado do Executivo.
Mário Centeno será o candidato apoiado pelos socialistas europeus que terão já garantido o apoio de grande parte dos governos do PPE. Se assim for, na segunda-feira Centeno poderá ser eleito o próximo presidente do Eurogrupo, para o que também pode contribuir o facto de o Partido Popular Europeu já deter as presidências da Comissão Europeia, do Conselho Europeu e do Parlamento Europeu através de Jean-Claude Juncker, Donald Tusk e António Tajini, respectivamente. Ou seja, se a presidência do Eurogrupo pertencer a alguém oriundo do PSE, estaria garantido maior equilíbrio entre os dois maiores partidos europeus.
Os três principais desafios do próximo presidente do Eurogrupo são a reforma da união monetária, a coordenação das políticas europeias e o fim do resgate grego, além da manutenção da influência do Eurogrupo dentro da UE.