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África entre Portugal e a China

Se África é a razão do desencontro entre a cúpula chinesa - que ontem partiu para um périplo por oito países africanos - e o Governo português, é também o tema central do início da visita oficial à China de José Sócrates, membros do Governo e sete dezenas

31 de Janeiro de 2007 às 08:13
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Se África é a razão do desencontro entre a cúpula chinesa - que ontem partiu para um périplo por oito países africanos - e o Governo português, é também o tema central do início da visita oficial à China de José Sócrates, membros do Governo e sete dezenas de empresários.

O primeiro-ministro escolheu ontem o tema para a alocução de chegada, no aeroporto de Pequim. E hoje os ministros das Finanças e da Economia, Fernando Teixeira dos Santos e Manuel Pinho, preparam-

-se para assinar com as autoridades chinesas um sucessão de acordos bilaterais e parcerias luso-chinesas vocacionadas para o investimento num continente riquíssimo em matérias primas essenciais ao desenvolvimento industrial chinês.

"Portugal tem interesse em desenvolver relações políticas com a China. Mas a China também tem interesse em desenvolver relações connosco, porque Portugal está na União Europeia, tem ligações privilegiadas a África e possui um papel de relevo nas principais instituições internacionais", sustentou José Sócrates, à chega à capital chinesa, onde foi recebido com honras militares, tendo à sua espera o vice-ministro dos Negócios Estrangeiros da República Popular da China, Dai Bingg Uo - o titular da diplomacia chinesa encontra-se desde ontem em Àfrica a acompanhar o presidente Hu Jintao.

"Queremos reforçar as relações políticas com a China. Em 2005, em Lisboa, Portugal assinou com a China um acordo de parceria estratégica - um dos poucos que Pequim possui com outros países - e queremos agora dar conteúdo a esse acordo", sublinhou o primeiro-ministro aos jornalistas portugueses.

Sócrates destacou, por outro lado, o facto de Portugal assumir a presidência da União Europeia no segundo semestre deste ano - que lhe dá especial responsabilidade na organização da cimeira UE-China em Novembro -, mas as relações económicas têm importância central nesta visita. "A China é hoje uma economia de referência à escala global" e Portugal "tem de aproveitar oportunidades", porque tem um "grande potencial" de penetração no mercado chinês, afirmou o primeiro-ministro.

"No espaço de alguns anos, queremos duplicar as nossas exportações para a China - em 2006, registou-se um crescimento de 60% (contando também com Macau, Hong-Kong e Singapura) -, e, para tal, queremos um melhor relacionamento político e uma diplomacia mais eficiente", disse ainda.

Na visita à China, com José Sócrates, viajam os ministros de Estado e dos Negócios Estrangeiros, Luís Amado, de Estado e das Finanças, Teixeira dos Santos, da Economia, Manuel Pinho, e das Obras Públicas, Transportes e Comunicações, Mário Lino, e uma comitiva de 71 empresários.

Em termos políticos, o primeiro encontro de Sócrates acontecerá hoje, a meio da tarde em Pequim, quando se reunir com o seu homólogo, Wen Jiabao.

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