Notícia
Portugal importa quatro vezes mais do que exporta
Nos primeiros 11 meses de 2006 as trocas comerciais entre Portugal e China apresentaram um saldo negativo de 519 milhões de euros, um valor recorde na última década, que explica 3,4% do défice comercial português.
Nos primeiros 11 meses de 2006 as trocas comerciais entre Portugal e China apresentaram um saldo negativo de 519 milhões de euros, um valor recorde na última década, que explica 3,4% do défice comercial português.
2006 foi um ano particularmente negativo nestas contas: as exportações cresceram apenas 9,2% em termos nominais (ficando atrás do crescimento médio das exportações nacionais) contra um crescimento superior a 20% do lado das importações.
Este é um retrato do saldo comercial português com o gigante asiático que, por enquanto, representa apenas 1,6% das importações e 0,6% das exportações portuguesas, deixando a China longe dos lugares de topo dos países com trocas comerciais com Portugal, lideradas pelos parceiros europeus, em especial Espanha, Alemanha e França.
Apesar do papel ainda relativamente modesto da China na estrutura comercial portuguesa, a dinâmica chinesa tem sido evidente nos números: o défice comercial passou de 123 milhões de euros em 1995 para 519 milhões este ano (ainda faltando um mês para fechar o ano.
Taxa de cobertura melhora
Apesar da dinâmica chinesa e contrariando a intuição, o peso das importações da China nas nossas exportações diminuiu na última década. Em 1996, Portugal exportou para a China 25 milhões de euros em bens e recebeu produtos no valor de 178 milhões de euros.
O resultado foi um défice comercial de 154 milhões de euros, o que equivaleu a 1,6% do défice da balança de bens. Quer isto dizer que, há dez anos, Portugal importou 5,9 vezes o que exportou.
Dez anos volvidos, o valor das importações representa 3,8 vezes o das exportações, correspondendo a uma taxa de cobertura de 26% (17% em 1996). O facto do défice comercial aumentar, apesar das exportações terem ganho terreno face às importações é naturalmente explicado pelo valor de partida de cada uma delas: muito superior nas importações do que nas exportações.
Quanto ao tipo de bens destacam-se os chapéus e chumbo nas importações e o material eléctrico, sal, cimento e cal nas exportações.