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Inflação na Zona Euro sobe para 1,1% e pressiona BCE
O Eurostat confirmou a sua primeira estimativa que levou políticos e economistas alemães a defender uma política menos expansionista em Frankfurt. BCE reúne quinta-feira.
A inflação na Zona Euro subiu de 0,6% em Novembro para 1,1% em Dezembro, puxada pelos preços dos combustíveis, confirmou o Eurostat na quarta-feira, dia 18 de Janeiro, mantendo a estimativa inicial avançada no início do mês.
O valor foi divulgado um dia antes da primeira reunião de política monetária do BCE de 2017, onde o tema será inevitável.
O subida dos preços reforça os argumentos dos que consideram que o BCE já foi longe de mais nos estímulos monetários. Na Alemanha – onde a taxa de inflação foi de 1,7% – ouvem-se vozes de políticos e economistas que defendem que o banco central deve começar a planear uma subida das taxas de juro, visto que para os aforradores o pior contexto económico possível é uma economia com alta inflação e baixas taxas de juro.
Em sentido contrário, vários economistas têm sublinhado que o ritmo de subida da inflação na Zona Euro se deve essencialmente aos efeitos dos preços dos combustíveis e bens alimentares (a inflação subjacente subiu de 0,8% para 0,9%), e que todas as medidas estão distantes da meta de 2% do BCE.
Aos argumentos para uma política monetária expansionista junta-se a incerteza quanto os impactos na Europa do "Brexit" e das políticas da nova administração Trump.
Os números divulgados pelo Eurostat dão conta de taxas de inflação negativas em Dezembro na Bulgária (-0,5%), Irlanda (-0,2%), e Roménia (-0,1%). "As taxas mais elevadas foram registadas na Estónia (2,4%), Bélgica (2,2%), República Checa (2,1%), e Letónia (2,1%)", lê-se também no comunicado. Portugal ficou abaixo de média com 0,9%.
O gabinete de estatística da UE dá ainda conta que "os principais impactos ascendentes na inflação homóloga da Zona Euro chegaram de combustíveis para os transportes (+0,21 pontos percentuais), vegetais (+0,07pp), óleo para aquecimento (+0,05 pp), enquanto o gás, as telecomunicações e produtos de higiene pessoal (-0,04 pp) deram os maiores impactos em baixa".