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Fidelity: 2017 vai ser um ano de mudança na política monetária

A gestora norte-americana antecipa mudanças na actuação dos bancos centrais e uma aceleração da subida de juros nos EUA, em 2017.

Reuters
18 de Janeiro de 2017 às 12:46
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As maiores expectativas para a inflação e para o crescimento económico deverão forçar os bancos centrais mundiais a alterar as suas políticas ao longo dos próximos meses. É esta a expectativa da Fidelity, que destaca que as medidas implementadas pelas autoridades monetárias não estão a funcionar e terá que haver mudanças este ano.


A eleição de Donald Trump como o próximo presidente dos EUA marcou uma inversão nos mercados. As promessas económicas do novo inquilino da Casa Branca aceleraram as expectativas para a inflação no país. E, para David Buckle, responsável por soluções de investimento da Fidelity, com a economia a recuperar, "a Reserva Federal dos EUA vai ter que começar a subir juros, porque a inflação está a subir".


A falar numa conferência de imprensa em Lisboa, o gestor adiantou que antecipa duas a três subidas dos juros em 2017. "A Fed deve subir juros pela primeira vez (este ano) em Março e depois voltar a subir em Junho", prevê Buckle. Já quanto à terceira mexida na taxa de referência, esta estará dependente da evolução do dólar.


Apesar deste regresso à normalização das taxas de juro, o especialista é peremptório em argumentar que as taxas de juro "não vão voltar para níveis pré-crise", mantendo-se em níveis baixos por um longo período.

Estas mudanças na política monetária mundial, com os governos a assumirem um novo papel, através de estímulos orçamentais, também terão impacto na Zona Euro. "O Banco Central Europeu (BCE) cometeu um erro", defende David Buckle, argumentando que os juros "estão demasiado baixos".


O gestor acredita que, ao colocar a taxa de depósitos em níveis tão negativos, o BCE penalizou o sector financeiro e poderá chegar a um ponto em que deverá manter o programa de estímulos até ao final, mas vai mexer nos juros, subindo "a taxa de depósitos para 0%".


Em termos gerais, Buckle destaca que 2017 não será um ano fácil em termos de investimento e antecipa maior volatilidade do que no ano passado, num momento em que o risco político na Europa permanece em níveis elevados.


As acções deverão, na opinião do especialista, continuar a ser beneficiadas pela procura por retornos, ainda que as avaliações estejam em níveis elevados. Já na dívida, o segmento empresarial e de alto rendimento continua a oferecer as melhores oportunidades.

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