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BCE mantém juros em zero e reafirma programa de compra de activos
Como esperado, o BCE manteve a taxa de juro central em zero na primeira reunião de política monetária do ano e reafirmou o plano de compra de activos até final de 2017. Draghi explicará decisão em conferência de imprensa pela hora de almoço.
"Na reunião de hoje, o Conselho do BCE decidiu que a taxa de juro das operações principais de refinanciamento e as taxas de juro da facilidade permanente de cedência de liquidez e da facilidade permanente de depósitos permanecerão em 0%, 0,25% e -0,4% respectivamente", lê-se na nota envida à imprensa onde se reafirma que por aí ficarão (ou até em níveis mais baixos) "por um longo período de tempo, e bem para lá do horizonte de compras" que em Dezembro foi estendido até ao final deste ano.
Dada a recuperação da inflação na Zona Euro, a interpretação do que é uma recuperação sustentada da sua trajectória será provavelmente um dos temas na conferência de imprensa de hoje. Ontem, o Eurostat confirmou que a inflação na Zona Euro subiu de 0,6% em Novembro para 1,1% em Dezembro, puxada pelos preços dos combustíveis, mantendo a estimativa inicial avançada no início do mês.
O subida dos preços reforça os argumentos dos que consideram que o BCE está ir longe de mais nos estímulos monetários. Na Alemanha – onde a taxa de inflação foi de 1,7% – ouvem-se vozes de políticos e economistas que defendem que o banco central deve começar a planear uma subida das taxas de juro, visto que para os aforradores o pior contexto económico possível é uma economia com alta inflação e baixas taxas de juro. Wolfgand Schauble, o ministro das Finanças alemão, afirmou há uma semana que "seria talvez correcto se o BCE se atrevesse a fazer essa saída [da política monetária expansionista] este ano".
Em sentido contrário, vários economistas têm sublinhado que o ritmo de subida da inflação na Zona Euro se deve essencialmente aos efeitos dos preços dos combustíveis e bens alimentares (a inflação subjacente subiu de 0,8% para 0,9%), e que todas as medidas estão distantes da meta de 2% do BCE. Aos argumentos para uma política monetária expansionista junta-se a incerteza quanto os impactos na Europa do "Brexit" e das políticas da nova administração Trump.
No comunicado enviado à imprensa pelo BCE, os governadores reafirmaram a sua disponibilidade para aumentar o programa de compra de activos em dimensão e duração, caso identifiquem desenvolvimentos negativos que ameacem a meta de inflação de 2% no médio prazo.
Veja aqui em directo a conferência de imprensa: