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Juros de Portugal com maior ciclo de quedas desde o Verão  

A "yield" das obrigações portuguesas está a recuar pela sexta sessão consecutiva, o que não acontecia desde Agosto. O FT atribuiu a descida ao cumprimento da meta do défice.

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18 de Janeiro de 2017 às 16:16
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Os juros da dívida portuguesa a 10 anos estão hoje de novo em queda no mercado secundário, o que acontece pela sexta sessão consecutiva. Desde Agosto do ano passado que não acontecia um período de descidas consecutivas tão longo.

 

As descidas não são acentuadas, mas contribuem para aliviar dos máximos de Fevereiro acima dos 4% que foram atingidos no início deste ano. Esta quarta-feira a "yield" das obrigações soberanas a 10 anos desce 4 pontos base para 3,81%.

 

O alívio nos juros de Portugal tem mais significado pois acontece numa sessão de agravamento nas "yields" de outros periféricos e também na Alemanha. A "yield" das obrigações espanholas sobe 5 pontos base para 1,44% e das italianas aumenta 3 pontos base para 1,94%. A "yield" das bunds a 10 anos avança 3 pontos base para 0,35%, pelo que o prémio de risco da dívida portuguesa está a recuar para 345 pontos base.

 

Esta queda surge num dia em que Portugal foi ao mercado para emitir dívida de curto prazo, tendo conseguido as taxas mais baixas de sempre, com "yields" negativas nos títulos a 6 e 12 meses.

 

Numa notícia que publicou esta tarde, o Financial Times atribuiu este desempenho recente da dívida portuguesa ao anúncio por parte do primeiro-ministro António Costa que o défice de 2016 vai ficar abaixo de 2,3% do PIB.

  

Depois de quase um ano de luta com Bruxelas sobre a evolução das contas públicas, atingir um défice de 2,3% do PIB "é um desenvolvimento claramente positivo para o Governo socialista minoritário", disse ao jornal britânico um analista do Citigroup.

 

O Financial Times cita também Ben May, economista da Oxford Economics, que numa perspectiva mais de médio prazo diz que os juros dos países periféricos não devem agravar-se substancialmente uma vez que as medidas do BCE continuam a suportar as economias mais débeis da Zona Euro.

 

Num relatório trimestral de acompanhamento das contas públicas o Governo garante à Comissão Europeia que fechou 2016 com um défice "inequivocamente" inferior a 2,5% do PIB e o "menor em mais de 40 anos" e que a retoma continuou no quarto trimestre.

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