Notícia
Inflação mais elevada desde 2013 pressiona BCE
A inflação na Zona Euro ultrapassou os 1% pela primeira vez desde 2013, puxada pelos combustíveis. Analistas dizem que nada mudará na política do banco central, mas juros de Portugal já acusam a pressão.
A inflação na Zona Euro subiu de 0,6% para 1,1% em Dezembro, puxada pelos combustíveis, e ultrapassou os 1% pela primeira vez desde Setembro 2013, avançou o Eurostat. O aumento foi conhecido um dia depois de se saber que a inflação na Alemanha subiu para 1,7%. Estes são números que dão força aos que defendem que o BCE está a exagerar nos estímulos, mas que não impressionam a generalidade dos analistas que, na sua maioria, aposta que o rumo traçado em Dezembro por Mario Draghi será para manter.
"O salto na inflação de Dezembro e a perspectiva de mais subidas deverá alimentar o debate (mais notavelmente na Alemanha) sobre se a actual política monetária é apropriada e se o BCE deve considerar cortar mais nas compras mensais de activos", avalia numa nota a clientes Howard Archer, da IHS Global Insight, lembrando que no mês passado o banco central decidiu baixar as compras mensais de 80 para 60 mil milhões de euros a partir de Abril, ao mesmo tempo que estendeu o programa até final do ano. Para Archer a orientação deve manter-se.
A justificar a avaliação está, em parte, o facto do aumento de inflação se dever ao efeito dos preços de petróleo, que em Janeiro de 2016 bateram mínimos históricos. Sem combustíveis e bens alimentares a inflação da Zona Euro subiu apenas 0,1 pontos para 0,9%. "Isto dificilmente marcará o início de uma subida sustentada de inflação. O fim da política monetária ultra-acomodatícia ainda não está à vista", defende também Christoph Weil, do Commerzbank, em Frankfurt, numa nota a clientes.
Certo é que na Alemanha o debate está a aquecer, quando estamos a nove meses das eleições legislativas. "O alegado espectro de deflação não pode servir mais como justificação para o "doping" da política monetária", afirmou por exemplo na quarta-feira ao Financial Times Wolfgang Steiger, secretário-geral do conselho económico da CDU, o partido de Angela Merkel. Os pedidos para uma inversão de políticas deverão intensificar-se nos próximos meses a caminho da eleições.
No entanto, por agora, tudo deve ficar na mesma, defende Cathal Kennedy, do RBC: "De maior significado em termos de tomadas de decisão [no BCE] será a trajectória da inflação na segunda metade do ano, com as reuniões de Setembro e Outubro a serem provavelmente os próximos momento de grandes decisões", avalia.
A perspectiva de um aumento da inflação na Zona Euro, e de uma subsequente subida de juros pelo BCE, aliada à compra de dívida pública nacional pelo banco central abaixo da quota que cabe a Portugal (de acordo com a chave de capital, de 726 milhões de compras em Dezembro, contra meta de 1250 milhões) estão a pressionar os juros nacionais em alta, tendo-se aproximado de 4%.
"O salto na inflação de Dezembro e a perspectiva de mais subidas deverá alimentar o debate (mais notavelmente na Alemanha) sobre se a actual política monetária é apropriada e se o BCE deve considerar cortar mais nas compras mensais de activos", avalia numa nota a clientes Howard Archer, da IHS Global Insight, lembrando que no mês passado o banco central decidiu baixar as compras mensais de 80 para 60 mil milhões de euros a partir de Abril, ao mesmo tempo que estendeu o programa até final do ano. Para Archer a orientação deve manter-se.
Certo é que na Alemanha o debate está a aquecer, quando estamos a nove meses das eleições legislativas. "O alegado espectro de deflação não pode servir mais como justificação para o "doping" da política monetária", afirmou por exemplo na quarta-feira ao Financial Times Wolfgang Steiger, secretário-geral do conselho económico da CDU, o partido de Angela Merkel. Os pedidos para uma inversão de políticas deverão intensificar-se nos próximos meses a caminho da eleições.
No entanto, por agora, tudo deve ficar na mesma, defende Cathal Kennedy, do RBC: "De maior significado em termos de tomadas de decisão [no BCE] será a trajectória da inflação na segunda metade do ano, com as reuniões de Setembro e Outubro a serem provavelmente os próximos momento de grandes decisões", avalia.
A perspectiva de um aumento da inflação na Zona Euro, e de uma subsequente subida de juros pelo BCE, aliada à compra de dívida pública nacional pelo banco central abaixo da quota que cabe a Portugal (de acordo com a chave de capital, de 726 milhões de compras em Dezembro, contra meta de 1250 milhões) estão a pressionar os juros nacionais em alta, tendo-se aproximado de 4%.