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Governo acredita na retoma económica ainda este ano apesar de abrandamento do PIB  

O ministro da Economia atribuiu o abrandamento do PIB, no primeiro trimestre, à quebra das exportações para Angola e Brasil, mas mostrou-se convicto de que a retoma económica nacional vai acontecer ainda este ano.

Manuel Caldeira Cabral - Economia: O ministro da Economia tem sido criticado como um dos mais apagados da equipa de Costa, mesmo tendo contribuído para o programa do PS, dado a cara pelo Plano 100 (para canalizar dinheiro para as empresas), ter ido a feiras internacionais de têxtil e calçado, ter a importante pasta do Turismo ou se ter envolvido até na recente polémica entre Uber e taxistas. Ninguém se lembra dele, em primeiro lugar, como ministro; e não repete a simpatia habitual com os titulares desta pasta, sendo mais escolhido como o pior (2,1%) do que como o melhor (0,9%) governante.
Bruno simão
13 de Maio de 2016 às 13:43
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O Instituto Nacional de Estatística (INE) divulgou hoje crescimentos da economia portuguesa de 0,1% no primeiro trimestre deste ano, face ao último trimestre de 2015, e de 0,8% face ao mesmo período do ano passado, confirmando um abrandamento da economia.

 

"Estas expectativas para o PIB demonstram, de facto, a desaceleração [da economia] que houve desde agosto. O que temos é de trabalhar para inverter isso. Os dados das exportações têm a ver com condições particulares que estão a afectar as nossas exportações no mercado de Angola e também nos produtos petrolíferos", afirmou Manuel Caldeira Cabral, numa conferência da Universidade Nova em Lisboa.

 

O governante reconheceu a necessidade de "trabalhar para inverter" essa situação de abrandamento económico, que começou em agosto do ano passado: "Tem de ser invertida com o trabalho que estamos a fazer, de colocar mais fundos nas empresas para que retomem o seu processo de investimento, procurando novos mercados nas exportações", precisou.

 

Caldeira Cabral salientou ainda o "bom crescimento" das exportações para o espaço dos países da União Europeia, um dos mercados que considera dos mais exigentes do mundo.

 

"Mas, obviamente, o valor global das exportações foi muito afectado, não só pela quebra do mercado de Angola, mas também do Brasil, mas que não tem a ver com a capacidade das empresas, tem antes a ver com questões conjunturais que esses países atravessam, que penso que também vão ultrapassar", considerou o governante.

 

O ministro da Economia defendeu ainda a necessidade de, "no curto prazo", as empresas procurarem novos mercados: "E estamos a apoiá-las [às empresas] nesse investimento, e acredito que vai acontecer ao longo deste ano uma retoma das exportações", concluiu.

 

Os dados do PIB, hoje conhecidos, não desanimam, no entanto, a crença do ministro da Economia de que o país vai conseguir cumprir a estimativa anual de crescimento económico do Governo, de 1,8%.

 

"Temos alguns dados que são mais positivos, de criação de emprego, de redução do desemprego face ao ano passado. Temos também uma forte procura de fundos comunitários para investimento, que demonstra que há alguns aspectos da economia que já estão a responder e que há perspectivas de uma alteração deste abrandamento da economia", defendeu.

 

Caldeira Cabral salientou ainda que a previsão de 1,8%, para ser cumprida, "tem de ser" feita com estimulo à economia: "Mas queremos que seja um estímulo à economia pelo lado do investimento e da criação de emprego", defendeu.

 

A economia abrandou no primeiro trimestre deste ano, não só face aos últimos três meses de 2015, quando o PIB avançou 0,2% em cadeia, mas também em termos homólogos, uma vez que entre Janeiro e Março do ano passado aumentou 1,7%.

 

Os números divulgados pelo INE ficam abaixo da média de previsões de vários analistas contactados pela agência Lusa.

 

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