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Virgolino Faneca foi ao Parlamento falar sobre o Novo Banco, o Silver, a Lone Star e o Tonto

Virgolino Faneca foi ouvido no Parlamento da qualidade de expoente máximo dos ESPONAS (Especialistas em Porra Nenhuma). Uma audição esclarecedora onde até se falou do Silver e do Mascarilha.

Miguel Baltazar
06 de Janeiro de 2017 às 17:00
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Foi com uma tristeza assolapada que descobri, através da tua pessoa, que o canal ARTV não chega ao Burkina Faso, uma circunstância lamentável que demonstra um desrespeito pela diáspora portuguesa interessada em saber o que se passa no seu querido país. Por isso, prometo-te que irei travar uma batalha intensa para pôr cobro a esta situação discriminatória da tua pessoa, da Carlota e do Albertino, os três cidadãos lusos que vivem no Burkina Faso.

Até lá, para que não te falte informação essencial, junto envio a transcrição da audição parlamentar que me foi feita na categoria de expoente máximo dos ESPONAS (Especialistas em Porra Nenhuma), qualidade em que bato por larga margem individualidades como o Miguel Sousa Tavares, o João Miguel Tavares e até mesmo o Nuno Rogeiro.

Eis aqui a transcrição da dita.

 

Mariana Mortágua (MM): Virgolino Faneca, você é um porco fascista?

Virgolino Faneca (VF): Ó menina Mariana, olhe que tomei o meu banho mensal antes de vir para cá, com sabão macaco, que remove até a sujidade mais entranhada.

MM: Está a chamar-me macaca?

VF: Ó menina Mariana, já me está a confundir com as perguntas.

João Galamba (JG): Espantoso. Nega as suas responsabilidades na situação do Novo Banco?

VF: Nego que tenha chamado macaca à menina Mariana.

JG: A venda do Novo Banco é uma macacada. É isso que está a insinuar?

VF: Eu não insinuei nada.

JG: Sonso.

Teresa Leal Coelho (TLC): Senhores deputados, agradecia que deixassem o senhor Virgolino responder à pergunta.

VF: Mas qual era a pergunta?

TLC: Isso não interessa. Responda qualquer coisa.

VF: Sobre o sabão, o macaco ou o Novo Banco?

TLC: Caro senhor, dá-me a sensação que está a desrespeitar o Parlamento.

Carlos Abreu Amorim (CAA): É típico, está farto de falar mas ainda não disse nada. Vou colocar-lhe uma questão concreta à qual não pode fugir. A pergunta é a seguinte: No seu entender, o Novo Banco é mais parecido com o prato 18 de uma ementa chinesa, rebentos de bambu com cogumelos chineses, ou com o McRoyal Bacon? Acha que o governador do Banco de Portugal gosta mais de entremeada ou de bifana? Isso é conciliável com o facto do ministro Mário Centeno preferir cachorros? E o sushi, está seriamente empenhado neste processo ou é só uma moda?

VF: Isso é mais que uma pergunta.

CAA: Pelas suas palavras, deduzo que o Novo Banco vai parar às mãos da Lone Star.

VF: Isso não era o nome do cavalo do Mascarilha?

JG: Não. O cavalo do Maravilha chamava-se Silver.

VF: É verdade. E o do seu companheiro índio, Tonto, chamava-se Scout.

CAA: Já chamou macaca à deputada Mortágua e agora está a chamar tonto ao deputado Galamba! O seu comportamento é lamentável.

MM: E também discriminatório. Que lhe interessa a etnia do Tonto? É menos gente por ser índio?

VF: Eu não disse isso.

TLC: Esse é o problema. Você ainda não disse nada. Daqui a pouco está pedir um intervalo na sessão para ir à casa de banho, só para evitar responder às perguntas pertinentes dos meus colegas deputados.

VF: Por acaso estou com vontade.

TLC: De ir à casinha?

VF: Não. De responder às perguntas dos deputados.

TLC: Não está você mas estou eu. Quem pensa que é? Julga que pode fazer uso do seu livre arbítrio na casa da democracia? Vamos fazer um intervalo de 15 minutos para satisfação das necessidades fisiológicas e você perceber, de uma vez por todas, quem manda aqui.

E pronto, Anastácio. Como vês, tratou-se de uma audição tão esclarecedora que já estou convocado para uma outra, onde serei inquirido sobre a problemática da utilização de uma tesoura ou de um canivete na poda das videiras.

 

Um amplexo apertado deste teu, 
 


Virgolino Faneca


Quem é Virgolino Faneca

Virgolino Faneca é filho de peixeiro (Faneca é alcunha e não apelido) e de uma mulher apaixonada pelos segredos da semiótica textual. Tem 48 anos e é licenciado em Filologia pela Universidade de Paris, pequena localidade no Texas, onde Wim Wenders filmou. É um "vasco pulidiano" assumido e baseia as suas análises no azedo sofisma: se é bom, não existe ou nunca deveria ter existido. Dele disse, embora sem o ler, Pacheco Pereira: "É dotado de um pensamento estruturante e uma só opinião sua vale mais do que a obra completa de Nuno Rogeiro". É presença constante nos "Prós e Contras" da RTP1. Fica na última fila para lhe ser mais fácil ir à rua fumar e meditar. Sobre o quê? Boa pergunta, a que nem o próprio sabe responder. Só sabe que os seus escritos vão mudar a política em Portugal. Provavelmente para o rés-do-chão esquerdo, onde vive a menina Clotilde, a sua grande paixão. O seu propósito é informar epistolarmente familiares, amigos, emigrantes, imigrantes, desconhecidos e extraterrestres, do que se passa em Portugal e no mundo. Coisa pouca, portanto.




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